Washington, 3 ago (Xinhua) -- O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse na terça-feira que os Estados Unidos não culpam a China pelo atual impasse nuclear na Península Coreana.
Falando em Washington, Tillerson disse que para alcançar o objetivo da desnuclearização na Península Coreana, os Estados Unidos buscam uma "parceria com a China" e afirmou que os EUA não culpam os chineses pela atual situação na Península Coreana.
Mas dias atrás, Trump usou o Twitter para fazer uma ligação sem fundamento entre o déficit comercial dos EUA com a China com a atual situação na Península da Coreia, dizendo: "Estou muito desapontado com a China. Nossos antigos líderes tolos permitiram que eles arrecadassem centenas de bilhões de dólares por ano com o comércio, mas eles não fazem NADA para nos ajudar em relação à República Popular Democrática da Coréia (RPDC), só palavras”.
Tillerson também disse que os Estados Unidos gostariam de dialogar com a RPDC em algum momento.
"Nós não somos seu inimigo (...) mas você está representando uma ameaça inaceitável para nós, e nós temos que responder a ela", disse Tillerson. "Esperamos que, em algum momento, eles comecem a entender isso e gostaríamos de nos sentar para conversar com eles".
Tillerson também reiterou que os Estados Unidos não buscam nem uma "mudança de regime" nem um "colapso do regime" na RPDC.
"Não buscamos uma reunificação acelerada da península", disse Tillerson. "Não buscamos uma desculpa para enviar nosso exército ao norte do paralelo 38".
As observações de Tillerson acontecem dias depois que a RPDC lançou seu segundo míssil balístico intercontinental (ICBM) em um mês.
A RPDC confirmou no sábado o teste de um segundo ICBM simulando seu alcance máximo, o que, segundo ele, pode abranger todos os territórios dos Estados Unidos.
"O segundo teste de disparo do ICBM Hwasong-14 foi realizado com sucesso na noite de 28 de julho de 2017, sob a supervisão do (líder da RPDC), Kim Jong Un, que guiou o teste de disparo no local", informou a Agência Central de Notícias coreana em um relatório.
O míssil percorreu cerca de 1.000 km antes de cair no mar, disse o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, em uma declaração inicial.
Esta é a segunda vez que a RPDC lança com sucesso seus ICBMs, sendo o primeiro lançado no dia 4 de julho.
A China sempre pediu soluções negociadas para o problema nuclear na Península Coreana.
Liu Jieyi, representante permanente da China na ONU, disse na segunda-feira que a China se opõe firmemente a qualquer violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU (UNSC), incluindo testes nucleares e testes de mísseis balísticos realizados pela RPDC.
A China tem pedido que a RPDC e outros países relevantes não agravem a situação na península coreana, evitando palavras e ações que possam aumentar as tensões regionais, contrariando os objetivos buscados pelo UNSC.
A China tem trabalhado com a Rússia para apresentar um roteiro para alcançar a paz regional e os objetivos do CSNU, informou o embaixador chinês em entrevista coletiva na Organização das Nações Unidas.
