A China abordou na quarta-feira a sua posição relativamente à incursão indiana em território chinês, nos himalaias.
A “Posição Chinesa no que Concerne ao Trespasse da Fronteira China-Índia pelas Tropas Indianas no Setor Sikkim” foi publicada na quarta-feira, por forma a permitir à comunidade internacional melhor compreender os factos da questão. O documento visa também apresentar a posição chinesa face ao acontecimento, de acordo com um comunicado à imprensa da responsabilidade de Geng Shuang, do Ministério das Relações Exteriores da China.
A iniciativa indiana “viola severamente” a integridade territorial chinesa, e apresenta “profundos desafios” à paz e estabilidade regionais, segundo Geng.
Mais de 270 tropas indianas trespassaram o setor Sikkim, na fronteira sino-indiana e obstruíram os trabalhos de construção de estradas na área de Dong Lang (Doklam), a 18 de junho. Até ao final de julho, mais de 40 membros do exército indiano permaneceram em território chinês.
Desde o incidente, a parte chinesa tem-se feito representar juntamente das autoridades indianas, no sentido de exigir a retirada imediata das tropas indianas.
A fronteira sino-indiana no setor Sikkim foi delimitada pela Convenção de 1890 entre a Grã-Bretanha e a China sobre Sikkim e o Tibete, sendo reconhecida pelos governos chinês e indiano.
De acordo com a convenção de 1890, a área em questão é indisputavelmente parte do território chinês. Assim que estabelecida, a fronteira passa a estar sobre a proteção da lei internacional. O trespasse não autorizado de uma marca delimitada consiste “num incidente muito grave”, pode ler-se no documento.
A acusação Indiana de “sérias implicações de segurança” na construção de estradas e a sua tentativa de exigir domínio sobre territórios em nome do Butão não têm “fundamentos fatuais ou legais”.
A construção de estradas por parte da China está sendo levada a cabo inteiramente dentro do território Chinês, tendo a Índia sido plenamente informada de todos os procedimentos ao longo do processo, sendo este um reflexo da boa-fé chinesa na questão.
A intrusão não é mais do que uma tentativa de “alterar o status quo” da fronteira, de acordo com o comunicado.
O monte Ji Mu Ma Zhen é o ponto de início a este da fronteira em questão, bem como a junção das fronteiras entre a China, Índia e Butão. A incursão indiana ocorreu a mais de 2,000 metros do monte Ji Mu Ma Zhen e nada tem a ver com a junção fronteiriça.
Enquanto bons vizinhos, a China e o Butão tiveram vários turnos de conversações sobre as fronteiras, e, como terceiro, a Índia não tem o direito de interferir ou impedir essas conversações, muito menos o direito de fazer reivindicações territoriais em nome do Butão.
A China irá defender a sua soberania territorial, assegurar os princípios da lei internacional e as normas básicas das relações internacionais, disse Geng.
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