China: Hospitais públicos deixarão de ter fins lucrativos até 2020

Fonte: Diário do Povo Online    27.07.2017 10h51

Até 2020, os hospitais públicos na China operarão sob um novo sistema não impulsionado por lucros, de acordo com uma diretriz do Conselho de Estado, divulgada na terça-feira.

A China deve estabelecer um "sistema de gestão hospitalar moderno" que priorize a saúde das pessoas e a natureza sem fins lucrativos dos hospitais públicos, adianta a diretriz.

Durante os próximos 3 anos, o novo sistema assegurará a criação de um desenvolvimento sem fins lucrativos, com maior eficiência e sustentabilidade.

Os hospitais públicos são os principais fornecedores de cuidados de saúde na China. Estes hospitais, que totalizaram mais de 12.700 no final do ano passado, forneceram 2,85 bilhões de serviços ambulatoriais e de emergência em 2016, representando mais de 87% dos serviços fornecidos por todas as unidades hospitalares da China, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar .

Para garantir a sustentabilidade da nova estrutura hospitalar sem fins lucrativos, as autoridades sanitárias farão novos planos de saúde e estabelecerão sistemas integrados em diferentes regiões, visando uma melhor distribuição dos recursos entre grandes hospitais e centros de saúde comunitários, explicou Wang Hesheng, vice-ministro da comissão de saúde e chefe do Escritório de Reforma Médica do Conselho de Estado, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira.

O governo aumentará o financiamento para hospitais públicos e ajudará no pagamento de dívidas, para que estes possam manter o estatuto de instituição sem fins lucrativos, acrescentou Wang.

As autoridades de saúde também estabelecerão um novo sistema de avaliação de mérito para os presidentes dos hospitais públicos sem fins lucrativos, destacando índices como a qualidade dos serviços médicos prestados, controlo de custos e avaliação satisfatória dos pacientes, revelou.

Wang informou ainda que o resultado das avaliações estará vinculado ao subsídio providenciado pelo governo, pagamento do fundo de seguro médico público, salários e promoções dos presidentes dos hospitais.

A China iniciou uma nova fase de reforma médica voltada para os hospitais públicos em 2010.

Uma das principais medidas foi a abolição dos preços geralmente praticados nos medicamentos vendidos em hospitais. Os preços dos medicamentos contribuíam para um sistema de lucros, no qual muitos hospitais públicos eram encorajados a receitar mais medicamentos, e mais caros, ou até mesmo emitir receitas desnecessárias com o intuito de gerar maiores lucros.

Com esse sistema, os rendimentos dos médicos estavam intimamente ligados com os rendimentos dos departamentos nos hospitais públicos, o que aumentava as despesas médicas dos pacientes, de acordo com alguns especialistas.

A prática do aumento de preços dos medicamentos, levada a cabo em hospitais públicos na China durante décadas, será abolida em todos eles antes do final de setembro, segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma no início deste ano.

"É necessário estabelecer um novo sistema de gestão de hospitais públicos na China, que enfatize a sua natureza sem fins lucrativos, garantindo, assim, um desenvolvimento saudável de hospitais públicos", disse Fu Wei, diretor do Health Development Research Center, que faz parte da comissão de saúde.

"No processo, deve ser concedida aos hospitais públicos uma maior autonomia na sua gestão. É também necessário incentivar a participação de funcionários hospitalares na gestão e supervisão das suas respetivas instituições", acrescentou. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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