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Iniciativa do Cinturão e Rota impulsiona o comércio eletrônico da China

Fonte: Xinhua    02.05.2017 14h36

Beijing, 2 mai (Xinhua) -- Até em seus sonhos mais loucos, Wu Zhen nunca pôde imaginar que operaria uma empresa com a venda anual de 100 milhões de yuans (cerca de US$ 14,5 milhões) quando começou sua loja fronteiriça online em 2015.

Mas dois anos depois, sua loja de cuidado materno e infantil no JD.com, um dos gigantes chineses de comércio eletrônico, superou suas expectativas. A loja online com sede nos Estados Unidos atingiu com facilidade seus objetivos de vendas para o primeiro trimestre, e Wu confia em resultados anuais promissores.

Wu estava acostumado a fazer negócios na China, mas o volume de suas vendas não era comparável com seus negócios fronteiriços.

Ele percebeu que seu crescente negócio estava estreitamente relacionado com a Iniciativa do Cinturão e Rota, uma proposta da China que tem como objetivo construir uma rede comercial e de infraestrutura conectando a Ásia com a Europa e a África ao longo e além das antigas Rotas da Seda.

Wu e seus colegas compraram mercadorias nos Estados Unidos, Europa, Austrália e Nova Zelândia, e depois as mandaram aos depósitos alfandegários na China.

"Havia apenas dois depósitos alfandegários que serviam para o comércio eletrônico do JD.com em 2015, e agora há sete", explica Wu.

O JD.com tem observado as vastas oportunidades surgidas com a Iniciativa do Cinturão e Rota, que se espera que inclua mais de 60% da população mundial e mais de um terço da produção econômica mundial.

Em 2016, o JD.com abriu 256 depósitos ao longo do país, que cobriam a maior parte das principais cidades chinesas ao longo da Iniciativa, e entre as quais incluíam Shanghai, Xi´an e Chengdu.

Segundo os dados do Ministério do Comércio, a transação do comércio eletrônico transfronteiriço cresceu cerca de 30% anualmente de 2008 a 2015. Em 2016, as vendas totais atingiram 6,3 trilhões de yuans.

Em vez de preparar as remessas depois de receber as encomendas, as vendas robustas permitiram que os vendedores armazenem o inventário suficiente em depósitos domésticos, com o objetivo de que os clientes não tenham que esperar semanas para que as mercadorias sejam embarcadas para o exterior.

Para os distribuidores como Wu, a Iniciativa do Cinturão e Rota facilitou o transporte transcontinental.

O JD.com, ao utilizar a rede ferroviária entre a China e a Europa, que é uma parte crucial da Iniciativa do Cinturão e Rota, diminuiu a metade do tempo de transporte de peças automobilísticas da Alemanha até o sudoeste da China em relação às rotas marítimas. Agora leva apenas duas semanas.

A China conta atualmente com serviços de cargas a 28 cidades europeias. De março de 2011, foram realizadas mais de 3.500 viagens e o número pode aumentar para mais de 5.000 para 2020.

O comércio eletrônico chinês, além dos tradicionais destinos de exportação como a Europa ou os EUA, viu um crescente interesse em produtos dos países do Cinturão e Rota, como por exemplo travesseiros e arroz da Tailândia, e produtos eletrônicos do Israel.

De acordo com um relatório conjuntamente emitido pelo DT Caijing e AliResearch, subordinada ao Alibaba Group, um dos principais rivais do JD.Com na China, em 2016, cerca de 280 mil travesseiros de látex da Tailândia foram vendidos através do Tmall Global, site varejista transfronteiriço da Alibaba.

Nos próximos cinco anos, o JD.com está planejando abrir mais de 20 armazéns no exterior para guardar e transportar mercadorias de mais de 100 países e regiões, incluindo aquelas ao longo da Iniciativa do Cinturão e Rota. Já se adiantou ao mercado do Cinturão e a Rota ao iniciar um negócio de comércio eletrônico na Indonésia.

Para 2020, o volume do comércio eletrônico transfronteiriço representará 37,6% das exportações e importações totais da China, tornando esta atividade uma parte significativa do comércio exterior da China, previu a agência de pesquisa CI Consulting.

A cooperação no comércio eletrônico fronteiriço tem levado a relação entre a China e os países do Cinturão e Rota mais estreita, e os benefícios se estendam não apenas ao comércio, mas também aos setores como Internet e o comércio eletrônico, segundo um relatório de pesquisa da consultora DT Caijing-AliResearch.

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