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O que esperar do Fórum do Cinturão e Rota

Fonte: Xinhua    02.05.2017 14h34

Beijing, 2 mai (Xinhua) -- O Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional previsto para acontecer em meados de maio é uma reunião internacional de alto nível sobre a Iniciativa do Cinturão e Rota, um plano de comércio e infraestrutura proposto pela China para conectar a Ásia com a Europa e a África.

A China aproveitará o fórum para construir uma plataforma de cooperação internacional mais aberta e eficiente e uma rede associativa mais estreita e forte, além de impulsionar um sistema de governança internacional mais justo, razoável e equilibrado.

-- NOVA VISÃO

O Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional, cujo tema será "fortalecimento da cooperação internacional e construção conjunta do 'Cinturão e Rota' para desenvolvimento de benefício mútuo", será realizado nos dias 14 e 15 de maio em Beijing. O presidente Xi Jinping participará da cerimônia de inauguração e será anfitrião de uma mesa redonda com líderes.

O fórum foi projetado para unir um maior consenso, identificar as direções de cooperação, impulsionar a implantação dos projetos e melhorar os sistemas de apoio.

-- LEGADO HISTÓRICO

O Cinturão e Rota é composto pelo Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21, que foi proposto pela primeira vez pelo presidente Xi em setembro e outubro de 2013 em suas vistas sucessivas ao Cazaquistão e Indonésia.

Construir sob o espírito da antiga Rota da Seda --"paz e cooperação, abertura e inclusividade, aprendizagem mútua e benefícios mútuos"-- que ainda hoje perdura, a iniciativa procura estabelecer uma rede transnacional que liga a Ásia com a Europa e a África com o objetivo de promover o desenvolvimento comum de todas as partes envolvidas.

-- RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

Mais de 100 países e organizações internacionais se uniram à iniciativa e 40 deles assinaram acordos de cooperação com a China.

A Assembleia Geral da ONU, o Conselho de Segurança e o Fórum de Cooperação Econômica da Ásia Pacífico (APEC) mencionaram ou incluíram a cooperação do Cinturão e Rota em suas resoluções e documentos.

-- CONECTIVIDADE DE INFRAESTRUTURA

Durante os últimos três anos, foram alcançados importantes avanços em uma série de grandes projetos de transporte, energia e comunicações, entre eles a ponte Padma de Bangladesh, o Corredor Econômico China-Paquistão e os trens rápidos chineses à Europa.

-- COMÉRCIO SEM RESTRIÇÕES

O comércio entre a China e os países ao longo do Cinturão e Rota foi 6,3 trilhões de yuans (US$ 913 bilhões) em 2016, mais que um quarto do valor comercial total da China.

As empresas chinesas investiram mais de US$ 50 bilhões nos países ao longo do Cinturão e Rota e ajudou a construir 56 zonas de cooperação econômica e comercial em 20 países, o que gerou quase US$ 1,1 bilhão de receitas de impostos e 180 mil empregos locais.

--- INTEGRAÇÃO FINANCEIRA

A China contribuiu US$ 40 bilhões ao Fundo da Rota da Seda e criou em 2015 o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura para oferecer apoio financeiro à melhora da infraestruturas na Ásia.

Até a data, o Banco soma já 70 membros e financiou projetos por um valor total superior a US$ 2 bilhões.

-- CORREDORES ECONÔMICOS

A China também está impulsionando seis corredores ecomômicos sob a estrutura da Iniciativa do Cinturão e Rota: a Nova Ponte Continental Euroasiático; o corredor China-Mongólia-Rússia, o corredor China-Ásia Central-Ásia Ocidental; o corredor Chinesa-Península Indochinesa; o corredor Chinesa-Paquistão e o corredor Bangladesh-China-Índia-Mianmar.

Em conjunto, os seis corredores conformam uma rede de comércio e transporte através da Eurasia que pôs uma base sólida para os planos de desenvolvimento regionais e transregionais.

-- VÍNCULO ENTRE OS POVOS

Enquanto a "conexão dura" de linhas ferroviárias e portos aproxima os países por facilitar viagens e logística, as "conexões suaves" deixarão as pessoas a ficar mais estreitas.

Em 22 de junho de 2016, durante um discurso feito na Câmara Legislativa da Assembleia Suprema do Uzbequistão em Taskent, Xi pediu construir uma Rota da Seda ecológica, saudável, inteligente e pacífica, mostrando assim o caminho para o futuro da iniciativa.

-- GLOBALIZAÇÃO

O fórum ganha uma importância especialmente oportuna dado o crescimento da antiglobalização.

Em um momento em que certas potências ocidentais se refugiam no protecionismo e isolamento, a China promove a globalização da economia com um espírito de abertura e inclusividade. O país asiático manterá a abertura e a globalização de forma inquebrável aplicando a sabedoria chinesa.

-- AMPLA PARTICIPAÇÃO

Mais de 1,2 mil pessoas participarão do fórum, incluindo funcionários, acadêmicos, empresários, representantes de instituições financeiras e meios de comunicação de 110 países, assim como representantes de mais de 60 organizações internacionais.

Entre eles estarão chefes de Estado e de governo de pelo menos 28 países, assim como o secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde.

RESULTADOS CONCRETOS

Espera-se que o fórum alcance resultados em uma série de assuntos que vão desde a construção de consensos até medidas específicas de implantação. A China espera assinar documentos de cooperação com cerca de 20 países e 20 organizações internacionais participantes.

A China também trabalhará com os países ao longo das rotas em quase 20 planos de ação sobre infraestrutura, energia e recursos, capacidade de produção, comércio e investimento.

A cúpula de líderes que participarão da mesa redonda, a ser realizada em 15 de maio, emitirá um documento que definirá os objetivos e princípios e detalhará as medidas de cooperação.

Durante o fórum, todas as partes identificarão os principais projetos de cooperação e estabelecerão grupos de trabalho e um centro de cooperação sobre investimentos. Também assinarão acordos financeiros para apoiar seus projetos de cooperação.

A China trabalhará com todas as partes em uma série de medidas, incluindo um mecanismo de cooperação financeira melhorado, uma plataforma para a cooperação científica e tecnológica e a proteção ambiental, assim como um reforço de programas de intercâmbio e formação de talentos.

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