A China se opõe firmemente a qualquer visita do Dalai Lama à região fronteiriça em disputa entre o país e a Índia, informou na sexta-feira um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
O porta-voz Lu Kang fez o comentário quando foi perguntado se a China protestou contra a Índia sobre a visita programada do Dalai Lama na próxima semana a uma zona disputada na parte leste da fronteira entre a China e a Índia.
"A China está seriamente preocupada com isso. Nossa posição sobre a parte leste da fronteira entre a China e a Índia é clara e consistente", afirmou Lu em uma entrevista coletiva de imprensa.
Lu disse que o Dalai Lama tem se engajado por muito tempo em atividades separatistas anti-China e se comportou de modo vergonhoso na questão fronteiriça entre a China e a Índia.
"A Índia entende a gravidade da questão do Dalai Lama e a sensibilidade dos conflitos fronteiriços", disse ele, notando que o convite da Índia ao Dalai Lama para atividades nas áreas fronteiriças em disputa prejudicará gravemente a paz e a estabilidade das áreas fronteiriças, bem como as relações bilaterais.
Lu disse que a China exige que o lado indiano cumpra seus compromissos políticos sobre as questões relacionadas com o Tibet e respeite o consenso alcançado pelas duas partes sobre as questões de fronteira.
Ele pediu à Índia que se abstenha de tomar medidas que possam complicar ainda mais a questão fronteiriça entre a China e a Índia e que não forneça uma plataforma para atividades separatistas do grupo do Dalai Lama, a fim de proteger o desenvolvimento saudável e estável das relações bilaterais.
"Manter uma boa relação entre os dois grandes países em desenvolvimento serve os interesses dos dois povos, mas as relações China-Índia são baseadas em certos princípios", disse Lu.
Incidentes semelhantes aconteceram no passado e provocaram a oposição da China, resultando em prejuízo para as relações bilaterais, disse.
"Por isso, instamos o lado indiano que cumpra seus compromissos políticos sobre esta questão, para que as relações bilaterais não sejam prejudicadas, caso contrário, também será prejudicial para a Índia", apontou o porta-voz.