Alipay em busca da expansão internacional

Fonte: Diário do Povo Online    30.03.2017 10h24

Alipay na vila do Papai Noel, no Círculo Ártico, Finlândia, em dezembro de 2016, promovendo o primeiro serviço de pagamento móvel disponível no país.

O Alipay foi criado em 2004 como um o objetivo de facilitar as transações no website de comércio eletrônico do Grupo Alibaba Taobao. Desde então, o serviço tem vindo a crescer em número de usuários e a desenvolver novas funcionalidades e serviços.

A ferramenta de pagamento procura agora expandir o seu campo de ação ao exterior, permitindo ao mundo utilizar a sua própria marca de soluções móveis.

O pagamento através do Alipay é aceite nos dias de hoje por mais de 100 mil operadores comerciais estrangeiros, nos quais estão incluídos a Harrods e a Printemps, que contam atualmente com um grande número de clientes chineses.

No último período de férias nacionais, o Alipay viu o número de transações no exterior quadruplicar, no qual a Europa liderou com o maior aumento (18 vezes).

Para corresponder à demanda de compradores chineses, o Alipay introduziu os seus serviços de pagamento, em outubro, em 10 dos grandes aeroportos internacionais no exterior, na Alemanha, Japão e Nova Zelândia. Os serviços de reembolso de impostos processados pelo Alipay foram também disponibilizados em 23 países.

Desde a compra de artigos de luxo ao pagamento de contas Uber, o principal provedor de pagamento eletrônico do país tem como objetivo atingir os 2 bilhões de clientes globais na próxima década, superando a marca de 60% de usuários fora da China continental. Atualmente, os usuários estrangeiros atingiram os 200 milhões.

Para além do estabelecimento de seis filiais nos Estados Unidos, Singapura, Coreia do Sul, Reino Unido, Luxemburgo e Austrália, a nomeação do ex-banqueiro da Goldman Sachs, Douglas Feagin, para supervisionar os negócios globais, visa impulsar a globalização do método Alipay.

Através da assinatura de pactos com instituições financeiras e da distribuição de plataformas tecnológicas para varejistas, a empresa está a criar uma base sólida para que, no futuro, possa vir a rivalizar com monopólios bancários estabelecidos e empresas como a Visa Inc.

Tais acordos incluem parcerias com os principais bancos europeus (BNP Paribas, Barclays, UniCredit…) e a Six Payment Services, uma importante empresa de serviços de pagamento, garantindo que cada vez mais comerciantes europeus aceitam o Alipay como método de pagamento.

Nos EUA, o número crescente de turistas chineses levou a Ant Financial a criar uma parceria com os fornecedores de tecnologia de pagamentos First Data Corp e Verifone.

Em um discurso no Money 2020, em Las Vegas, Feagin disse: "O nosso objetivo nos próximos três anos é atingir 1 milhão de comerciantes fora do continente chinês a aceitarem pagamentos com este método. Trabalhar com a nossa rede de parceiros globais, como a First Data e Verifone, nos ajudará a alcançar esse objetivo”.

A terceira estratégia fundamental da Ant Financial é o avanço do financiamento inclusivo na arena global. Nas palavras de CEO Eric Jing, a empresa quer partilhar com o mundo a sua experiência no atendimento à população sem cobertura bancária através do canal móvel.

Em dezembro, um banco de empréstimos sul-coreano, o K-Bank, cooperou no lançamento e obteve a primeira licença de operação para bancos on-line, marcando mais uma conquista para a Ant Financial na sua expansão no exterior.

A empresa acredita que o caso do K-Bank representa um "modelo único de globalização" que difere das fusões e aquisições no exterior — um caminho comum adotado pelas empresas chinesas ao marcharem além fronteiras.

O K-Bank representa mais um triunfo para a Ant Financial, após o Alibaba Group ter aumentado a participação na Paytm, um sistema de pagamento homólogo na Índia, que a empresa ajudou a promover e conectar com a tailandesa Ascend Money.

Em menos de dois anos, os usuários do serviço de pagamento eletrônico aumentaram de 20 milhões para mais de 140 milhões em menos de dois anos, afirmou Ni Xingjun, vice-presidente da Alipay.

A expansão ultramarina nos próximos anos irá atingir as economias ao longo da iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota”, referiu, acrescentando que “vemos necessidades mais prementes nas nações do Sudeste Asiático, devido à sua maior base populacional e ausência da cultura do uso cartão de crédito, o que significa mais oportunidades para nós".

(Web editor: Renato Lu, editor)

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