Opinião: Relações econômicas China-EUA têm que ser analisadas partido dos fatos

Fonte: Diário do Povo Online    28.03.2017 14h16

O vigor das relações econômicas e comerciais sino-americanas advém do seu caráter de complementaridade. Dessa característica resulta o benefício mútuo.

Por um longo período de tempo, a forma de retratar as relações econômicas e comerciais sino-americanas foi um dos focos da comunidade internacional, especialmente nos EUA e na opinião pública do país.

Perante uma argumentação diversa, por forma a compreender a realidade e definir a tendência para o futuro, é necessário, antes de mais, atentar nos dados estatísticos e fazer uma análise minuciosa partindo deles.

Comecemos pelo comércio. As relações comerciais sino-americanas são interrelacionadas. A China tornou-se já o principal parceiro comercial dos EUA. Por sua vez os EUA são o segundo maior parceiro comercial da China.

Em 1979, quando foram estabelecidas as relações diplomáticas, o valor do comércio era de apenas 2,5 bilhões de dólares. Em 2016, os valores atingiram os 519,6 bilhões de dólares, 207 vezes mais do que as cifras iniciais.

Das exportações americanas, 26% dos aviões da Boeing, 56% das sementes de soja, 16% dos automóveis e 15% dos circuitos integrados, têm como destino final a China.

Já anteriormente as empresas de comércio eletrônico chinesas haviam afirmado que iriam criar um milhão de empregos nos EUA, acompanhando uma tendência cada vez maior de procura de produtos americanos em solo chinês e consequente necessidade de manter um contato mais próximo entre consumidores chineses e produtores americanos.

É lamentável, porém, que perante o desempenho assinalável na esfera comercial, exista um grupo de indivíduos que tenha por compulsão retratar a China de forma negativa, culpabilizando o país por encurralar a economia americana e retirar o ganha-pão dos cidadãos comuns americanos. Logicamente, esta visão não é consentânea com a realidade atual, sendo incompatível com a verdade.

O excedente comercial que a China mantém com os EUA, deve-se às diferenças existentes na estrutura econômica de cada um destes países. Há pouco tempo, Stephen Roach, investigador da Universidade de Yale, apontou que os EUA mantêm um défice comercial com 101 países. Na verdade, o superavit comercial da China com os EUA, não significa, de todo, que a China obtenha lucros e que os EUA incorram em perdas.

De acordo com os consumidores americanos, a China contribui para que as famílias americanas poupem 850 dólares anualmente. No que ao tecido empresarial diz respeito, as investigações indicam que, durante o período de superavit comercial da China face aos EUA, cerca de 40% do excedente comercial chinês advém de empresas americanas a operar na China. Outros 20% foram obtidos por parte de outras empresas de capital estrangeiro a operar no país asiático.


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(Web editor: Renato Lu, editor)

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