Beijing, 10 mar (Xinhua) -- As relações raciais nos Estados Unidos continuaram a se deteriorar em 2016, segundo um relatório sobre direitos humanos no país divulgado na quinta-feira.

O "Histórico dos Direitos Humanos dos Estados Unidos em 2016", publicado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado, disse que houve repetidos casos de afro-americanos baleados por policiais brancos.

A discriminação racial influenciou muito a imposição da lei e a justiça, segundo o relatório, apontando que houve discrepância sistemática em emprego e renda entre minorias raciais e pessoas brancas.

As minorias sofreram vários tratamentos discriminatórios nas escolas e na vida social. O site do USA Today informou em 14 de julho de 2016 que, segundo uma pesquisa, 52% dos norte-americanos acreditavam que o racismo contra negros era um problema "extremamente" ou "muito" sério, segundo o relatório.

Um total de 69% dos participantes de uma pesquisa afirmou que as relações raciais nos Estados Unidos eram más no geral. Seis em dez norte-americanos achavam que as relações entre raças pioraram, em comparação com os 38% registrados no ano anterior.

Uma reportagem do site do Washington Post sobre tiros efetuados por policiais em 2015 concluiu que os afro-americanos tinham 2,5 vezes mais riscos de ser baleados e mortos por agentes do que os norte-americanos brancos. Homens negros desarmados corriam um risco cinco vezes maior de ser baleados por policiais do que homens brancos na mesma condição.

A brecha entre negros e brancos foi a maior nas últimas quatro décadas, segundo a fonte.

Os muçulmanos sofrem discriminação cada vez mais séria no país, acrescentou o relatório.

A discriminação racial é seriamente condenada pela ONU, apontou. Depois de analisar todas as regiões dos EUA de 9 a 29 de janeiro de 2016, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas de Peritos sobre Pessoas de Ascendência Africana expressou séria preocupação com as mortes cometidas por policiais, a presença policial em escolas, violência contra a comunidade afro-americana com impunidade, preconceito racial no sistema criminal, prisão em massa e criminalização da pobreza que desproporcionalmente afetam os afro-americanos.