Alibaba investe em embaixadores globais por um toque cosmopolita

Fonte: Xinhua    04.03.2017 15h10

Hangzhou, 4 mar (Xinhua) -- A francesa Chloé Gonçalves nunca imaginou que o trabalho dela em marketing digital fosse torná-la uma celebridade na China.

O post que publicou no LinkedIn há seis meses para anunciar que iria para a China trabalhar no Alibaba rendeu mais de 31 mil likes, 2,9 mil comentários e 1,6 mil novos seguidores no mundo todo, o que a inspirou a escrever online mensalmente sobre as aventuras dela.

Nos últimos quatro meses, esteve na conferência anual do Alibaba sobre computação nas nuvens, participou do Global Shopping Festival em 11 de novembro, visitou aldeias do Taobao, conversou com Jack Ma, fez aulas de Tai-chi e tenta aprender chinês.

"As coisas na China estão mudando muito rápido, e o mercado e as pessoas parecem dispostos a adotar nova tecnologia mais rápido do que no meu país", afirmou.

Gonçalves é um dos 32 associados de 14 países escolhidos pela Alibaba Global Leadership Academy (AGLA) para um ano de treinamento antes de se tornar embaixadores globais da companhia.

Muitas empresas chinesas estão se expandido para o exterior, e o Alibaba espera que em breve metade de sua receita venha dos negócios internacionais.

"Um grande desafio para a expansão é a falta de entendimento entre a China e outros países", disse Brian Wong, vice-presidente do Alibaba Group para iniciativas globais.

Muitos estrangeiros ainda veem a China como uma exportadora de produtos baratos, apesar de o país ter um dinâmico mercado consumidor com alta demanda de produtos internacionais.

"Como um ecossistema que possibilita o comércio internacional, queremos compartilhar essa história da nova China e da nova economia, o que é muito mais sobre a crescente classe média, geração Y, inovação e globalização", acrescentou.

Consumo e serviços vão dominar a economia chinesa até 2030, com o mercado de consumo privado chegando a US$ 9,6 trilhões e respondendo por 47% do PIB. O futuro consumidor chinês será mais rico, mais velho e online, previu o Morgan Stanley.

Wong afirmou que os estrangeiros com especialidades não apenas ajudarão a identificar e navegar em novos mercados, mas, o que é mais importante, "vão aproximar a China e os mercados internacionais e permitir às pequenas e grandes companhias locais usarem a internet para comercializar globalmente".

A China é uma siginificante oportunidade para o mundo, não uma ameaça, pois oferece um grande mercado para produtos e serviços, acrescentou.

Algumas das práticas chinesas estabelecidas podem ser aplicadas no exterior para compartilhar os benefícios do crescimento econômico em todos os setores da sociedade, afirmou Wong.

A Ant Financial, do Alibaba, investiu em 2015 no Paytm, a maior plataforma de pagamento da Índia, e o ajudou a passar de 20 milhões para 120 milhões de usários em apenas um ano, o que deu acesso a serviços financeiros aos indianos que antes não tinham.

Mais companhias chinesas estão contratando empregados internacionais. A mão de obra global com vastas conexões e grande capacidade de interação cultural se traduzirá em mais competitividade durante a globalização, disse David Yu, vice-presidente do LinkedIn China, o que ajudou a achar metade dos mais de 6 mil candidatos à Alibaba Global Leadership Academy.

Mão de obra e inovação são cruciais para a globalização e a China deve procurar por pessoas talentosas não só entre os 1,3 bilhão de nacionais como entre os 7 bilhões de habitantes no mundo, disse Wang Huiyao, diretor do think tank Centro para a China e Globalização.

Uma nova seleção para a Alibaba Global Leadership Academy está em andamento, e a previsão é formar cerca de 100 embaixadores anualmente nos próximos dez anos.

Além de contratar estrangeiros, o Alibaba planeja enviar empregados locais para passar mais de um ano fora.

"Para uma companhia chinesa, são águas desconhecidas, mas é uma meta muito significante levar uma visão de comércio e crescimento econômico inclusivos para o mundo", afirmou Brian Wong.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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