Xi Jinping e a sua homóloga Doris Leuthard dirigem-se à imprensa, em Berna, capital suíça, na segunda-feira.
BERNA, 16 de jan (Diário do Povo Online) - A China e a Suíça concordaram na segunda-feira em melhorar o seu acordo de livre comércio, numa altura em que ambas as nações apelam à oposição ao protecionismo, durante a visita de Estado do Presidente Xi Jinping.
Xi e Leuthard assinaram 10 documentos no sentido de incrementar a cooperação em áreas como o comércio livre, energias limpas, esporte, taxas alfandegárias e propriedade intelectual.
O Acordo de Livre Comércio China-Suíça, que veio remover grande parte das tarifas nos bens, tornou-se efetivo em julho de 2014. As conversações começaram em 2011 e as duas partes fecharam o acordo em julho de 2013. A Suíça é o primeiro país da Europa continental a concluir e implementar um acordo de livre comércio com a China.
A China e a Suíça partilham de visões similares no que à oposição do protecionismo diz respeito, disse Xi, acrescentando que a globalização econômica é uma tendência inexorável.
O presidente apelou também aos dois países para que continuassem a dar o seu contributo ao nível da injeção de confiança e “energia positiva” à economia global.
“A relação China-Suíça tornou-se um modelo de cooperação entre dois países com sistemas sociais, índices de desenvolvimento e dimensões diferentes”, disse o presidente chinês.
Leuthard elogiou a promoção chinesa do livre comércio, destacando que este é “de importância vital para uma economia aberta como a Suíça”.
O comércio bilateral registrou aumentos notáveis após a implementação do acordo de livre comércio entre os dois países em 2014, constatou a chefe de Estado suíça, acrescentando que existe ainda uma elevada margem de potencial para dar continuidade a este crescimento.
Os dois países concordaram também, durante as negociações, em levantar barreiras tecnológicas e suavizar os procedimentos alfandegários, segundo Leuthard, acrescentando que a China desempenha uma postura responsável na forma como tem enfrentado os desafios globais.
Xi irá proferir um discurso na cerimónia de abertura do Fórum de Davos na terça-feira.
Leuthard disse ter recebido com satisfação um convite do Presidente Xi para participar na cimeira internacional no âmbito da iniciativa Um Cinturão e Uma Rota, em maio, na capital chinesa.
Alain Gaschen, ministro e membro da embaixada suíça na China, disse que os empreendedores chineses têm demonstrado um interesse crescente em desenvolver a sua atividade negocial na Suíça.
“Fazemos parte do top 20 de economias que granjeiam de um acordo de livre comércio com a China. Damos as boas-vindas ao investimento chinês”, disse.
He Maochun, diretor do Centro de Investigação de Estudos de Economia Diplomática da Universidade Tsinghua, disse que a relação sino-suíça é um exemplo paradigmático da cooperação China-Europa.
“A Suíça tem o espírito artesão em instrumentos de precisão, maquinaria avançada e relojoaria, que são importantes para a China. O mercado colossal da China e as técnicas suíças formam uma base para um relacionamento econômico e diplomático mais próximo entre os dois países”, disse.
Estatísticas do governo suíço indicam que em 2015, o país apurou um aumento de 33% no número de reservas por parte de turistas chineses nos hotéis do país.
A China se tornou na quarta maior fonte de turistas para a Suíça, atrás apenas da Alemanha, EUA e Reino Unido.
Os dois países estabeleceram uma parceria estratégica de inovação durante o mandato do então presidente Johann Schneider-Ammann, numa visita que o último realizara à China em abril.