A China carece de pilotos e aeroportos para jatos executivos, afirmam os especialistas, acrescentando que a indústria deve resolver a situação o mais rapidamente possível já que o setor da aviação executiva está em ascensão.
Atualmente, a China tem cerca de 300 jatos executivos, significando que esse mercado precisa de pelo menos 1200 pilotos, se cada avião for equipado com dois pares de tripulantes.
No ano transato, a China experienciou um crescimento de 28% na compra ou substituição de jatos executivos particulares, facto que implica um aumento na procura de tripulantes para os mesmos, de acordo com a Honeywell Aerospace.
Segundo o último relatório sobre pilotagem, publicado pela Administração de Aviação Civil da China, até o fim de 2015, a China tinha 1225 pilotos, com licença para dirigir aviões de pequeno porte e transporte comercial.
Os operadores dos jatos executivos oferecem bons salários para atrair capitães e pilotos, mas não é fácil contratar tripulantes oriundos das companhias aéreas, visto que muitos preferem carreiras que lhe permitam a promoção, a estabilidade e o seguro de trabalho.
Com rotas e horários confirmados nas linhas comerciais, os pilotos podem acumular mais experiência de pilotagem, no entanto, os jatos executivos voam menos frequentemente e os horários podem sofrer alterações a curto prazo.
Em comparação com pilotos das linhas comerciais normais, os pilotos dos jatos executivos requerem mais habilidades e precisam de cumprir mais tarefas, como por exemplo, comunicar pessoalmente com os passageiros e realizar trabalhos após a aterragem.
Para além desses fatores, apenas poucos operadores da aviação executiva têm capacidade de treinar novos pilotos para este tipo de jato.
Tendo em conta o alto custo de treinamento, alguns operadores domésticos preferem recorrer à contratação de pilotos estrangeiros.
Liao Xuefeng, presidente do China Business Aviation Group, afirmou que o setor da aviação executiva da China tem contratado um grande número de pilotos estrangeiros, evidenciando que o custo é duas vezes mais alto do que o investimento em contratar pilotos domésticos, já que os operadores têm também que relocar as famílias dos pilotos.
O impulso do mercado tem também de superar a falta da infraestrutura, pois os jatos executivos compartilham os aeroportos com os aviões comerciais e a maioria dos aeroportos chineses têm dificuldades em arranjar zonas de estacionamento para as aeronaves privadas.
É expetável que até o fim do 13º Plano Quinquenal (2016-2020), a China tenha 500 novos aeroportos e mais de 5000 novos aviões comerciais em funcionamento.
O crescimento da aviação pode ser superior a 1 trilhão de yuan (US$ 1,4 bilhões), de acordo com a Administração da Aviação Civil da China.