A próxima administração norte-americana deve manter o seu apoio ao acordo histórico celebrado em Paris para o combate às alterações climáticas e, assim, evitar o mesmo destino do Protocolo de Quioto — assim defende o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Liu Zhenmin.

“Esperamos que os EUA possam continuar a desempenhar um papel de liderança no processo de combate às alterações climáticas, pois todos têm receio que se venha a repetir a experiência do Protocolo de Quioto”, disse Liu aos repórteres à margem de uma conferência da ONU para as alterações climáticas.

Liu proferiu estas declarações após ser inquirido relativamente às especulações em torno do abandono do Acordo por parte dos EUA, após Donald Trump assumir a presidência dos EUA no próximo ano.

O vice ministro enfatizou a importância da participação dos EUA no âmbito dos objetivos do acordo, a qual classificou como “essencial”, tendo ressaltado que o país foi um participante ativo na delineação das alíneas do Acordo. O documento, garantiu, salvaguarda os principais interesses americanos, assim como os do coletivo.

“Temos de esperar e ver qual a posição que irão tomar, mas nós esperamos que optem pela decisão mais acertada e que correspondam às expectativas de todo o mundo”, assinalou.

Liu garantiu que o compromisso da China não será afetado pela postura adotada pela nova administração americana, acrescentando que o gigante asiático irá manter a sua cooperação com os demais países para garantir a luta contra as alterações climáticas.

Apesar da incerteza gerada pela vitória de Donald Trump, Liu afirmou estar otimista. “Este processo de combate às alterações climáticas irá continuar após a conferência de Marraquexe. Todas as partes estarão ainda mais unidas para avançar com as negociações”, asseverou.

O encontro de duas-semanas, que entrou na terça-feira na fase ministerial, reuniu milhares de oficiais governamentais, assim como representantes de organizações internacionais, da sociedade civil e do mundo dos negócios. O mote do encontro é trilhar o caminho para a implementação do Tratado de Paris.