Brasil: os resultados das eleições 2016 e alguns cenários para 2018

Fonte: Diário do Povo Online    08.10.2016 15h20

Por José Medeiros da Silva e Renato Henrique de Gaspi

No último dia 02 de outubro de 2016 milhões de brasileiros e brasileiras foram às urnas em 5.568 municípios para escolher seus prefeitos – que exercem função executiva -- e vereadores, responsáveis pela parte legislativa e de fiscalização das ações do executivo municipal. Além de algumas vitórias pontuais de alcance nacional, como a do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em São Paulo, dois outros importantes recados foram transmitidos pelas urnas. Um, foi o de uma rejeição quase generalizada ao Partido dos Trabalhadores (PT) que governou o Brasil nos últimos 13 anos; outro, foi o questionamento da credibilidade da classe política, através de um expressivo número de eleitores que se abstiveram, votaram em branco ou anularam seus votos.

Pensando o cenário de 2018, quando teremos eleições para presidência do Brasil, para governadores e diversos parlamentares, é fácil apontar que o grande vencedor dessas eleições municipais foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Seu candidato, João Doria, surpreendeu a todos os concorrentes vencendo as eleições ainda no primeiro turno. Ao evocar sua habilidade de gestor, Doria apelou para um segmento do eleitorado que, de tão descrente com a política, somente consegue encontrar representação em um homem que se diz antipolítico.

No entanto, as eleições paulistanas provocaram um fenômeno novo onde os principais perdedores não foram os concorrentes dos partidos adversários, mas os próprios correligionários do PSDB que disputam entre si a indicação do partido para a disputa presidencial de 2018. Nomeadamente, José Serra, atual ministro das Relações Exteriores, e Aécio Neves, senador por Minas Gerais. Na comemoração da vitória de Doria, a plateia foi muito clara: “Brasil, para frente, Geraldo presidente”. Palavra de ordem essa reforçada pelo prefeito eleito: “... ele terá apoio dos brasileiros”. Aliás, merece registro o fato de José Serra não estar presente no palanque para comemorar a maior vitória de seu partido nessas eleições.

Há de se destacar também que as portas do PSDB para que Serra se torne presidente do Brasil estão fechadas desde que o mesmo foi derrotado nas eleições de 2002 para o então candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva. Sua ida para o governo Temer foi uma nova tentativa de viabilizar esse seu sonho para, quem sabe, sair candidato pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) do atual presidente Michel Temer. Entretanto, caso haja um milagroso sucesso político e econômico do atual governo, outros caciques estariam bem melhor posicionados do que Serra. Um, seria o próprio Temer, que diz que não sairá candidato, e o outro seria o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.


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(Web editor: Renato Lu, editor)

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