Medalhas de ouro da China nas Paraolimpíadas refletem vitórias dos chineses com deficiência

Fonte: Xinhua    21.09.2016 15h05

Beijing, 21 set (Xinhua) -- Na semana passada, Wang Haitao viu os Jogos Paraolímpicos no Rio de sua cadeira de rodas. As vitórias dos atletas o fizeram recordar seus próprios momentos no pódio.

Wang, de 28 anos, é paralítico da cintura para baixo por causa da pólio. Também é um atleta. Praticou curling por oito anos como parte da seleção da Província de Heilongjiang e da seleção nacional. O time nacional ganhou diversas medalhas nos campeonatos mundiais de curling para pessoas com deficiência.

"Eu me impressionei muito quando vi que alguns jogadores tinham deficiências que afetavam os braços. Isso torna ainda mais difícil a participação nas competições, mas mesmo assim competiram ainda com muito esforço", disse Wang.

A China enviou 307 atletas às Paraolímpiadas do Rio. Eles ganharam 107 medalhas de ouro e 239 no total, colocando o país como líder em ambas as contas pela 4ª ocasião consecutiva. As redes sociais da China estiveram repletas de elógios aos atletas paraolímpicos e ao duro trabalho no treinamento.

Não obstante, a presidente da Federação das Pessoas com Deficiência da China, Zhang Haidi, indicou que a vitória desses atletas também reflete os direitos e oportunidades melhores para essa população.

COMBATER A POBREZA

Li Hulian, que vive em uma aldeia de pescadores na Província de Jiangxi, leste da China, sofre de paralisia cerebral. Como vem de uma família pobre, a vida dele é difícil, e os gastos médicos e as mensalidades escolares para seus dois filhos aumentaram o encargo financeiro.

Na China, há cerca de 85 milhões de pessoas com

ência, 70% dos quais moram nas áreas rurais. O peso da pobreza é particularmente grande para elas.

Desde o ano passado, Li recebe assistência contínua do governo local. Sua casa é parte do programa de alívio da pobreza que oferece a cada um dos filhos dele 2.000 yuans (cerca de US$ 300) em bolsas de estudo anuais. Sua esposa participou de um curso de capacitação gratuito oferecido pelo governo, que a ajudou a conseguir um emprego melhor remunerado. Li também recebe medicamentos gratuitos desde este ano.

De 2012 a 2015, 4,96 milhões de pessoas rurais pobres com deficiência foram tiradas da pobreza e 3,17 milhões de residentes rurais pobres com deficiência receberam treinamento, de acordo com um relatório do governo publicado em junho sobre os direitos humanos durante o período.

A pobreza entre as pessoas com deficiência não é um problema novo e a China investe muitos recursos para resolvê-la.

"A pobreza não é a única dificuldade para as pessoas deficientes, mas é a mais grave e relevante. A deficiência faz da pobreza um problema de longo prazo que é grave e difícil de solucionar", assinalou Zheng Gongcheng, professor dos assuntos de deficiência na Universidade Renmin da China.

Zhang Haidi concordou com a opinião de Zheng. Para ela, solucionar o problema da pobreza é a meta primordial de sua federação. "Continuaremos com este trabalho através de métodos mais científicos e faremos mais pesquisa para apoiá-lo."

ASSEGURAR A IGUALDADE

Em agosto, o governo central publicou um plano para dar um maior apoio das pessoas deficientes e delineou as formas de melhorar suas vidas durante os próximos cinco anos.

Além de resolver o problema da pobreza, o plano sublinha uma melhor proteção para assegurar os direitos iguais, especialmente os quais que se referem à contratação de trabalho.

Wang admite que embora se obteve progresso, ainda há obstáculos para as pessoas deficientes quando procuram emprego.

"Conheço algumas pessoas deficientes que sempre estão em casa e se tornaram pouco sociáveis", comentou Wang.

O plano de cinco anos não só estipula direitos iguais para as pessoas deficientes quanto ao recrutamento de emprego, mas também incentiva as instituições locais a aumentar as oportunidades em educação, recreação e esportes.

Zheng disse que é importante não só assegurar um nível de vida básico para as pessoas deficientes mas também cobrir suas necessidades intelectuais e emocionais através da participação como membros iguais da sociedade.

SOCIEDADE INCLUSIVA E AMISTOSA

Um comunicado da Federação assinala que a China tem desenvolvido uma sociedade mais inclusiva e amistosa com as pessoas deficientes.

O plano de cinco anos prevê a criação de instalações públicas mais acessíveis.

"Não apenas são instalações muito convenientes, mas também as pessoas darão mais serviços e terão ensino", assinalou Wang. "Os Jogos Paraolímpicos do Rio atraíram mais atenção e permitiram que as pessoas com corpos totalmente funcionais conhecessem as pessoas com deficiência."

Zhang mencionou que os esportes para as pessoas deficientes também são importantes para a reabilitação física.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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