Beijing, 7 jul (Xinhua) -- A autoridade de estatísticas da China alterou a forma como os dados do PIB trimestral são calculados, uma medida que analistas chamaram de um avanço para atender os padrões internacionais e melhorar a precisão.
As despesas em pesquisa e desenvolvimento (P&D) que possam beneficiar economicamente as empresas não serão calculadas como consumo intermediário, mas como formação de capital fixo, anunciou na terça-feira o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).
Isto irá adicionar US$ 131 bilhões ao cálculo do PIB do ano passado, disse o DNE.
Cheng Zilin, chefe do Departamento de Contas Nacionais do DNE, disse que a revisão reflete melhor a contribuição da inovação ao crescimento econômico.
Nos últimos anos, a China tem promovido a ciência, tecnologia e desenvolvimento criativo, com um rápido crescimento nos gastos com P&D e um aumento importante no papel da P&D no crescimento econômico.
No entanto, o método de cálculo antigo falhou em refletir a importância da P&D, já que o consumo intermediário apenas mede o valor dos bens e serviços que são transformados ou totalmente usados no curso de sua produção.
De acordo com o Sistema de Contas Nacionais de 2008 (SCN 2008), um padrão internacional para medir a atividade econômica de um país, gastos com P&D que trouxeram benefícios econômicos não devem ser considerados "totalmente contabilizados no período considerado", mas sim registrados como formação de capital fixo, o que é parte do PIB.
Esta metodologia, introduzida em 2009, foi adotada pela maioria dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), incluindo os Estados Unidos, Canadá e Austrália.
"Nós temos pedido por esta reforma desde 2009", disse Cheng Zilin, acrescentando que este é o momento certo para realizá-la.
"Existe a necessidade da China, a segunda maior economia mundial, de adotar este novo padrão e melhorar a comparabilidade internacional de seus dados de contabilidade", ele acrescentou.
O DNE também divulgou dados recalculados do PIB de 1952 a até o primeiro trimestre de 2016. Após a revisão, o PIB do ano passado aumentou 879,8 bilhões de yuans.
Cheng explicou que o aumento se deu ao crescimento contínuo no gasto com P&D e o acúmulo de investimento em P&D.
Após as revisões, o valor do PIB da China aumentou, enquanto o crescimento real não alterou muito, de acordo com Liu Liu, um analista da Corporação de Capital Internacional da China, um banco de investimento com sede em Beijing.
Sob o novo mecanismo, o PIB de 2015 foi revisado em 1,3% para cima, enquanto a taxa de crescimento anual praticamente permaneceu em 6,9%.