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“Picasso na China” em exposição no Museu Riverside de Beijing (3)

Fonte: Diário do Povo Online    31.05.2016 11h19
“Picasso na China” em exposição no Museu Riverside de Beijing
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Por Yasef Ananda

Beijing, 31 de maio (Diário do Povo Online) - Não é exagero afirmar que Pablo Ruiz Picasso é, dentre todos os pintores contemporâneos, o artista que mais irradiou dentro da cultura global como um “ás de paus” que não sai de moda e que vai galgando mais e mais prestígio na medida em que o tempo passa. Sua grande popularidade em todos os extratos sociais na maioria dos países, poderia se comparar com o alcance midiático que o Real Madrid tem hoje em dia. Entretanto, para além do nível comercial da “marca Picasso”, artisticamente falando, o prolífico gênio oriundo de Málaga tem muito que ser resgatado. Ainda mais na China, onde Picasso, apesar de causar furor pela quantidade de zeros que sua marca imprime, segue sendo para muitos um grande desconhecido.

Inaugurada neste final de semana no Museu Riverside de Beijing, a exposição “Picasso na China” é uma louvável aproximação com a sua obra menos conhecida, ou seja, aquela que regularmente não se mostra nos museus do mundo por fazer parte de seletas coleções particulares europeias.

“Picasso na China”, com a curadoria do professor Francesco Gallo Mazzeo, expõe 83 peças, que incluem trabalhos em tela, papel e cerâmica organizadas em quatro seções. Entre os óleos sobre tela se destacam “O mosqueteiro” (1964) e “Busto de Mulher” (1954).

Além do mais, os organizadores incluíram 67 fotografias de Edward Quinn à exposição, o fotógrafo irlandês que entre 1951 e 1973 manteve uma fraterna amizade com Picasso, além de 15 fotos tiradas por André Villers, outro grande colaborador e amigo de Picasso. Graças a sua familiaridade com o artista, Quinn e Villers tiveram a oportunidade de fotografar o Picasso íntimo e menos conhecido. As fotografias apresentadas na exposição “Picasso na China” também foram cedidas por uma coleção particular.

A transcendência de Picasso não se esgota com o cubismo, tendência revolucionária que rompeu definitivamente com a forma tradicional de representação ao transcender a perspectiva e o ponto de vista único. Ao longo de sua dilatada trajetória, Pablo Picasso explorou incessantemente novos caminhos e influiu em todas as facetas da arte do século XX, encarnando como nenhum outro a inquietude e receptividade do artista contemporâneo. Sua entrega total ao trabalho criador e sua vívida personalidade, por outro lado, nunca o aleijaria dos problemas do seu tempo; uma das suas obras primas, o quadro Guernica (1937), é a melhor ilustração da sua condição de artista comprometido com as causas sociais.

A exposição “Picasso na China” foi organizada pelo Museu Riverside e o Centro Cultural Italiano Metamorfosis.

“Esta exposição reúne, de una maneira totalmente nova, obras primas de coleções particulares da Itália e Europa e representa todo o lapso da rica vida artística de Picasso: pinturas, desenhos e cerâmica. Entretanto, não se pode ocultar o entusiasmo que dividimos ao mostrar o Picasso que consegue pintar como um menino”, sublinhou Pietro Folena, presidente da Metamorfosis, se referindo a conhecida frase de Picasso: "Passei 20 anos aprendendo a pintar como um artista, mas toda a vida tentando aprender a pintar como uma criança".

“Picasso na China” está aberta ao público até o mês de agosto.

Edição: Rafael Lima 


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