Beijing irá pressionar Washington no âmbito das questões marítimas durante o Diálogo Económico e Estratégico anual, realizado pela China e pelos EUA, acompanhando os recentes acontecimentos da presença militar americana no Mar do Sul da China, disseram oficiais chineses.
A China irá levantar questões relativamente a tópicos que considera fundamentais, como a questão de Taiwan, do Tibete e da segurança marítima. Irá também abordar a situação nuclear da Península Coreana, a qual deverá ser levantada também pelos EUA, segundo duas fontes familiarizadas com o evento, que pediram para manter o anonimato.
Os dois países seguem caminhos diferentes ao nível estratégico. Porém, ambos têm ainda vários interesses comuns. Seja a situação do Mar do Sul da China ou da Península Coreana, ambos os países têm a responsabilidade partilhada de assegurar a segurança regional, disseram as referidas fontes.
Beijing anunciou na segunda-feira que o diálogo anual irá ter lugar na capital chinesa a 6 e 7 de junho.
A China ambiciona “resolver as diferenças que tem com os EUA de forma adequada”, asseverou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lu Kang.
O diálogo, que iniciara em 2009, tornou-se no canal mais regular de comunicação bilateral das duas maiores economias do mundo para a discussão de assuntos de cariz diplomático, de segurança e economia.
Os observadores destacam que o 8º diálogo será o último a ser co-liderado por Barack Obama e pela sua administração.
No que diz respeito à economia, Nathan Sheets, subsecretário do Departamento do Tesouro dos EUA, reafirmou a 24 de maio o compromisso da administração de Obama em selar um tratado de investimento bilateral ainda antes do final do seu mandato.
Fontes referem também que a China irá urgir os EUA a delinear um escopro de ação para o investimento chinês. O investimento chinês nos EUA no primeiro trimestre deste ano deverá ser mais do dobro do que o período equivalente no ano passado, de acordo com o Comité Nacional para as Relações China-EUA, sediado em Nova Iorque.
Ruan Zongze, vice-presidente do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse que a questão do Mar do Sul da China deverá ser trazida à mesa por afetar o relacionamento entre os dois países, sendo que os EUA têm ativamente “deturpado a estabilidade regional” e aumentando a sua presença na Ásia durante os últimos dois anos.