Empresa acusada de racismo em comercial pede desculpas

Fonte: Diário do Povo Online    30.05.2016 13h26

Especialistas em direito pediram por uma maior educação e uma aplicação mais rigorosa da lei para aumentar a consciência sobre questões raciais depois que um anúncio de sabão em pó causou indignação nas redes sociais.

O anúncio da marca de sabão em pó chinês Qiaobi se tornou viral tanto na China como no exterior.

O anuncio mostra um negro sendo transformado em um chinês de pele bem clara depois de ser lavado com o sabão em pó na máquina de lavar.

A Leishang Cosméticos, dona da marca, suspendeu a distribuição do anúncio, que estava sendo divulgado nas mídias sociais e em alguns cinemas do país.

No sábado, a empresa postou um comunicado na sua conta oficial no Weibo pedindo desculpas para aqueles que se sentiram ofendidos pelo comercial.

O controverso comercial atraiu cerca de 3 milhões de visualizações na internet e resultou em muitos comentários críticos a ele.

Um usuário chamado Chujianbaoji disse: "A discriminação racial não poderia ser mais óbvia. A ideia de lavar uma pessoa em uma máquina de lavar roupa é imprudente."

Li Jun, vice-presidente da Qiaobi, disse no domingo que "a ideia era para adicionar algum drama cômico ao comercial, mas que não houve a intenção de discriminação racial, e nós não percebemos inicialmente que ele poderia levar as pessoas a terem uma impressão errada.

"Mas nós vamos assumir a responsabilidade por qualquer desconforto causado pelo comercial e pedir desculpas para aqueles que podem ter se sentido ofendido," disse Li.

Liu Junhai, professor de direito civil da Universidade do Povo, disse que o comercial reflete a falta de consciência pública sobre questões raciais na China.

"A sensibilidade sobre as questões raciais entre anunciantes e público na China não é tão elevada como nos países ocidentais, ” disse.

De acordo com a Lei de Publicidade da China, que foi atualizada no ano passado, qualquer conteúdo que contenha discriminação racial, religiosa e de gênero é proibido nos anúncios, e incorre em penalidades.

(Editor:Renato Lu,editor)

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