Líder de Taiwan tem de “clarificar a sua posição” relativamente ao Consenso de 1992

Fonte: Diário do Povo Online    26.05.2016 09h54

A questão do Consenso de 1992 não pode ser evitada por Tsai, avisa um porta-voz da China continental.

Tsai Ing-wen discursa numa conferência de imprensa em Taipé, Taiwan, a 15 de abril de 2015

O porta-voz do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Ma Xiaoguang, disse na quarta-feira que o novo líder da ilha terá, sem qualquer margem de equívoco,clarificar a sua postura em relação às relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan.

Durante o discurso de tomada de posse, na última sexta-feira, Tsai Ing-wen foi ambígua, apesar das relações entre os dois lados do Estreito serem de importância nuclear para as populações de ambos os lados, disse Ma.

Tsai não reconheceu explicitamente o Consenso de 1992, que define que tanto a China continental como Taiwan são partes integrantes de uma só China. Durante o seu discurso, Tsai não ofereceu qualquer proposta para assegurar o desenvolvimento pacífico e estável das relações entre o Estreito, acrescentou.

“Esta questão tem que ser necessariamente respondida – não pode ser esquivada”, reiterou Ma.

O processo de cooperação entre os dois lados do Estreito poderá continuar apenas quando a nova líder reconhecer na sua completude o princípio de uma só China, frisou.

A China continental opõe-se a quaisquer atividades separatistas que intercedam pela “independência de Taiwan” pela via de “alterações legais”, prosseguiu.

“Ninguém deverá testar o nosso compromisso e capacidade de assegurar a nossa soberania nacional e integridade territorial”, disse.

Enquanto isso, o “ministro da economia” da ilha, Lee Chih-kung, disse na quarta-feira que o novo governo de Taiwan não tem qualquer plano para retomar as negociações comerciais com a China continental. Lee acrescentou que o partido pró-independência, no poder atualmente, quer aplicar uma lei que prevê a monitorização das negociações com Beijing.

Beijing condenou já a “lei de supervisão” proposta pelo Partido Democrata Progressivo, sendo que vários críticos em Taiwan referem que esta poderá congelar as relações com a China continental.

A proposta requer que oficiais do governo obtenham o consentimento do legislativo antes, durante e depois de quaisquer contactos com Beijing. De acordo com a lei, nenhum acordo poderá ser selado até os três passos no legislativo serem consumados.

Ma fez referência ao facto de que os diretores dos departamentos de relações entre os dois lados do Estreito de ambas as partes, organizarem encontros desde 2014, sendo que a interação entre ambos resultou na criação de uma linha direta de comunicação.

“A comunicação intensiva entre as duas partes permitiu a resolução de várias questões sensíveis e preveniu mal-entendidos”, afiançou Ma. “Este intercâmbio contribuiu para a edificação de uma confiança mútua e tornou o impossível, possível."

“Todos os marcos conseguidos nos últimos anos, foram conseguidos com base no Consenso de 1992”, acrescentou.

A Associação para as Relações ao Longo do Estreito de Taiwan da China Continental, emitiu um comunicado após Tsai ter assumido funções, no qual diz que a determinação da instituição para melhorar as relações entre ambas as partes não esmoreceria.

 

Edição: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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