Opinião: Governo Temer enfrenta três desafios

Fonte: Diário do Povo Online    16.05.2016 11h23

Com a nomeação de Michel Temer para o cargo de presidente interino do Brasil, a confiança do mercado e de parte da população brasileira registrou um aumento. Afirmando que não participará das eleições presidenciais de 2018, Temer tenta neutralizar as forças de oposição. Entretanto, o governo interino enfrenta três desafios: agitação política, recessão econômica e desajuste fiscal.

Atualmente, nenhum membro do Partido dos Trabalhadores (PT) compõe o quadro do governo interino, além de terem anunciado “forte oposição” à ele, o pode ser uma barreira para Temer no Congresso.

Ao mesmo tempo, Temer foi acusado de estar envolvido no caso de corrupção da Petrobras, embora ele não esteja sendo investigado pela justiça.

Por outro lado, o baixo preço das commodities no mercado internacional afeta gravemente a economia do Brasil, causando recessão no país e, consequentemente, alta taxa de desemprego. Calcula-se que o déficit fiscal de 2016 ultrapasse os 96,6 bilhões de reais, número previsto pelo governo Dilma. As agências internacionais de classificação como a Moody’s, Fitch e S&P rebaixaram a nota de crédito do Brasil para negativo.

No entanto, as dificuldades do Brasil não poderão ser resolvidas no curto prazo. No discurso proferido na cerimônia de “posse”, Temer assinalou que o país “está em um período difícil” e que a recuperação econômica demandará tempo. Todos os partidos, organizações e o povo devem cooperar para que o país saia da crise, afirmou o presidente interino.

Fazer economia é a ideia principal de Temer para lidar com o déficit fiscal. Mas, no curto prazo, ele não tem muitas opções: o aumento de impostos poderia provocar forte oposição; a diminuição das despesas em projetos sociais pode gerar a insatisfação dos eleitores; e o corte no número de ministérios não é suficiente para preencher a lacuna fiscal.

O novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que um novo plano fiscal já foi elaborado, mas que ele não será publicado antes da aprovação do Congresso.

Antes disso, Meirelles havia dito que a realização do ajuste fiscal precisa de dois anos.

O ex-presidente do Brasil, Fernando Cardoso, comentou que “Temer não tem nenhuma chance para cometer erros...ele tem de fazer um milagre”. Em uma entrevista à revista brasileira Época, Temer rebateu dizendo que vai despender todos os esforços, mas que não vai conseguir fazer um milagre em dois anos”. 

(Editor:Renato Lu,editor)

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