Família de suspeito morto sob custódia policial levanta inquérito de investigação

Fonte: Diário do Povo Online    11.05.2016 09h22

A esposa de Lei Yang

BEIJING,11 de mai (Diário do Povo Online) - Os familiares de um homem que morreu sob custódia policial colocaram um post nas redes sociais na terça-feira, no qual questionam as autoridades, após a vítima ter sido detida pela polícia sob suspeita de recorrer a serviços de prostituição.

A família de Lei Yang, de 29 anos, alega que este terá saído de casa, no norte de Beijing, pelas 21h00 para se encontrar com familiares no aeroporto internacional da capital chinesa, que deveriam chegar pelas 11h30 da noite. Lei foi declarado morto após ter sido deslocado para um hospital pela polícia pouco depois das 10 horas.

Num comunicado emitido na segunda-feira à noite, a polícia do distrito de Changping, em Beijing, disse ter sido contactada no sábado, pelas 8h00 da noite, devido a um estabelecimento de massagens, localizado numa área residencial, na rua Huoyang, estar alegadamente a alojar um negócio de prostituição. As autoridades detiveram, subsequentemente, 6 pessoas, incluindo Lei.

Quando Lei estava a ser transportado para a esquadra, este terá tentado saltar do carro da polícia, sendo que os agentes terão incorrido do uso de “medidas coercivas”, indica o comunicado. Quando Lei reclamou de desconforto físico, foi levado para o hospital, chegando às 22h09 e mostrando “nenhum sinal vital”, de acordo com o hospital. Acabou por ser declarado sem vida após 45 minutos de tentativas de recuperação.

As questões levantadas pela família tornaram-se virais na internet nesta semana, despoletando o debate público relativamente ao facto de cidadãos privados terem o direito a informações detalhadas quando um membro da família é detido pela polícia.

Peng Jiyue, o advogado representante da família Lei, disse que as questões relativas à localização do negócio de prostituição continuam sem resposta, juntamente com o pedido de examinação dos relatórios entregues à polícia por parte de testemunhas e suspeitos no sábado à noite.

O advogado disse que os familiares fizeram mais de 40 chamadas telefónicas para Lei após as 23:30, após este último não se ter encontrado com os familiares no aeroporto. O advogado disse ainda acreditar que a polícia não tinha motivos para levar 2 horas até comunicar a morte de Lei aos familiares. Estes foram informados à 1 da manhã, disse Peng.

A esposa de Lei, que foi entrevistada pela CCTV, disse recusar aceitar a explicação dos eventos por parte da polícia.

 

Edição: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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