Representantes de diversos setores da educação participaram de um ato no Palácio do Planalto na terça-feira (12) pela continuidade do mandato da presidenta Dilma. (Xinhua/Roberto Stuckert Filho)
BRASILIA, 12 de abril (Diário do Povo Online) – A Câmara dos Deputados do Brasil anunciou nesta terça-feira que a casa deverá votar no domingo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, disse aos deputados que eles vão começar a debater o assunto na sexta-feira e colocar a pauta em votação no domingo à noite.
Se a Câmara votar a favor do impeachment, a pauta passará para o Senado, onde deverá ser debatido e votado.
A presidente Dilma descreveu o processo de impeachment como um golpe da oposição para tomar o poder.
Em um encontro no Palácio do Planalto com representantes de diversos setores da educação, Dilma disse que “a oposição está conspirando abertamente, em plena luz do dia, para desestabilizar uma presidente eleita legitimamente”.
Um dia antes, a imprensa brasileira publicou um áudio do vice-presidente Michel Temer no qual ele faz um discurso como se a presidente Dilma já tivesse sido deposta. No discurso, Temer pede por unidade nacional.
O áudio transparece a ansiedade de Temer em assumir o cargo de presidente.
Ainda na terça-feira, Enerto Samper, Secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), se mostrou preocupado dizendo que um impeachment com motivações políticas poderia minar as instituições no Brasil e na região.
Em nota, a sede da UNASUL em Quito, no Equador, sublinhou que os deputados brasileiros estão fazendo um julgamento “sem evidências que de Dilma tenha cometido qualquer crime”.
“A presidente só pode ser julgada e deposta...por crimes onde sua participação ativa possa ser provada, ” disse ele.
Para que o processo de cassação da presidente seja aprovado na Câmara, é preciso que 342 dos 513 deputados (dois terços da casa) votem a favor do impeachment.
Membros do Partido dos Trabalhadores e da base governista da presidente acusam Cunha de estar manipulando a votação em favor do impeachment ao definir que os deputados do sul do país, que são conservadores, votem primeiro, o que pode influenciar os votos que virão depois.
