Por Zhou Zhou/Diário do Povo
Xie Xiaoyan, enviado especial para a questão Síria
O porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, anunciou nesta última terça-feira que as autoridades ratificaram a nomeação de Xie Xiaoyan como enviado especial para a questão Síria. Esta foi a primeira nomeação chinesa de um enviado para a questão.
A crise da Síria já demora cinco anos e a solução da questão se encontra em um período crítico. Sob os esforços da comunidade internacional, o acordo de cessar-fogo foi cumprido no geral com o avanço da ajuda humanitária.
“A comunidade internacional deve agarrar essa oportunidade histórica para continuar promovendo a solução política da questão, ” disse Wang Lincong, pesquisador dos estudos de Ásia Ocidental e África da Academia Chinesa de Ciências Sociais em uma entrevista ao Diário do Povo.
A questão Síria é um dos problemas mais sensíveis e complicados no Oriente Médio, sendo importante para resolver a questão dos refugiados, combater a terrorismo e salvaguardar a segurança regional, afirmou Wang, acrescentando que a nomeação do enviado especial mostra a dedicação do governo chinês à solução da questão Síria.
Sobre a Síria, a China mantém a postura de respeitar a soberania nacional, opor-se à interferência exterior, defendendo que o destino da Síria será decidido pelo seu povo, afirmou Li Shaoxian, diretor do Instituto dos Estudos Árabes da Universidade de Ningxia.
Na fase inicial da crise, o governo chinês oponha-se à interferência externa e indicou que tal ato poderia trazer uma tragédia à Síria e à região, tendo usado o direto de veto para revogar a proposta de intervenção militar no país.
“Embora a ação chinesa tenha sido mal-entendida por alguns países árabes e ocidentais, com o tempo, mais países árabes começam a ficar cientes de que a solução política é a única saída para a questão Síria, e a entender a postura chinesa, ” disse Li Shaoxian.
Para ele, a nomeação do enviado especial transmite o sinal de que a China quer desempenhar um maior papel no processo de solução da crise. No início do ano, o presidente chinês explicou a postura chinesa sobre a questão Síria durante sua visita ao Oriente Médio: Não busca aliados, não busca nenhuma área de influência, nem preenche qualquer vácuo. “Pode-se dizer que a China é a única potência que tem nenhum ‘interesse imperialista’ na Síria e no Oriente Médio,” avaliou Li.
Revisão: Rafael Lima