Desperdício na indústria de entregas chinesa gera preocupação

Fonte: Diário do Povo Online    30.03.2016 16h21

Uma loja de comércio online sediada em Beijing, de modo a fazer face aos padrões rigorosos de embalamento dos produtos impostos pelos compradores tem que despender mensalmente de 20 mil metros de fita-cola. Exemplos como este estão por detrás da recente consciencialização para a quantidade de lixo gerada em torno dos serviços de entregas na China. Os especialistas apelam à urgente implementação de um sistema de reciclagem.

O especialista do Instituto de Comunicação Gráfica de Beijing, Zhu Lei, disse que, calculando a quantidade de serviços de entrega efetuados durante o ano de 2015, estima-se que tenham sido gastos 2,96 biliões de sacos de plástico de grande dimensão; 8,26 biliões de sacos de plástico convencionais; 9,9 biliões de embalagens; 16,95 biliões de metros de fita-cola e 2,95 biliões de objetos de amortecimento.

De acordo com dados dos correios, o número de serviços de entrega efetuados totalizou os 20,67 biliões, perfazendo um aumento anual impressionante de 48%.

Com o avanço impetuoso do comércio eletrónico, os serviços de entregas não têm mãos a medir para as encomendas. Consequentemente, a quantidade avassaladora de lixo gerado é cada vez mais um problema gritante.

Há consumidores que compram apenas uma garrafa de creme. Porém quando recebem o produto, têm primeiro de rasgar as camadas de fita-cola, abrir a caixa de cartão onde esta vem embalada, e, por fim, proceder à remoção do saco de bolhas de ar para aceder à “ansiada” garrafa de vidro.

O relatório refere que as empresas de entregas, embora enfrentem a necessidade de despender uma elevada quantidade de materiais para o embalamento, não têm um plano de reciclagem. Para estas empresas, o uso de embalagens de papel reciclado oferece uma margem de lucro muito reduzida, não estando também dispostos a gastar recursos para pagar a funcionários para recolher os materiais para uma futura reciclagem.

Zhu Lei acredita que as empresas não só deveriam fazer a armazenagem e o embalamento num só local, para evitar o gasto excessivo de recursos, como também criar embalagens padronizadas com maior eficiência nos recursos empreendidos.

O ex-vice-secretário geral da Associação de Entregas da China, Zhao Zhonglin, afiançou que o embalamento deveria utilizar o máximo possível de materiais recicláveis, de fácil decomposição, assim como incentivar a sua reutilização. 

(Editor:Renato Lu,editor)

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