Uma loja de comércio online sediada em Beijing, de modo a fazer face aos padrões rigorosos de embalamento dos produtos impostos pelos compradores tem que despender mensalmente de 20 mil metros de fita-cola. Exemplos como este estão por detrás da recente consciencialização para a quantidade de lixo gerada em torno dos serviços de entregas na China. Os especialistas apelam à urgente implementação de um sistema de reciclagem.
O especialista do Instituto de Comunicação Gráfica de Beijing, Zhu Lei, disse que, calculando a quantidade de serviços de entrega efetuados durante o ano de 2015, estima-se que tenham sido gastos 2,96 biliões de sacos de plástico de grande dimensão; 8,26 biliões de sacos de plástico convencionais; 9,9 biliões de embalagens; 16,95 biliões de metros de fita-cola e 2,95 biliões de objetos de amortecimento.
De acordo com dados dos correios, o número de serviços de entrega efetuados totalizou os 20,67 biliões, perfazendo um aumento anual impressionante de 48%.
Com o avanço impetuoso do comércio eletrónico, os serviços de entregas não têm mãos a medir para as encomendas. Consequentemente, a quantidade avassaladora de lixo gerado é cada vez mais um problema gritante.
Há consumidores que compram apenas uma garrafa de creme. Porém quando recebem o produto, têm primeiro de rasgar as camadas de fita-cola, abrir a caixa de cartão onde esta vem embalada, e, por fim, proceder à remoção do saco de bolhas de ar para aceder à “ansiada” garrafa de vidro.
O relatório refere que as empresas de entregas, embora enfrentem a necessidade de despender uma elevada quantidade de materiais para o embalamento, não têm um plano de reciclagem. Para estas empresas, o uso de embalagens de papel reciclado oferece uma margem de lucro muito reduzida, não estando também dispostos a gastar recursos para pagar a funcionários para recolher os materiais para uma futura reciclagem.
Zhu Lei acredita que as empresas não só deveriam fazer a armazenagem e o embalamento num só local, para evitar o gasto excessivo de recursos, como também criar embalagens padronizadas com maior eficiência nos recursos empreendidos.
O ex-vice-secretário geral da Associação de Entregas da China, Zhao Zhonglin, afiançou que o embalamento deveria utilizar o máximo possível de materiais recicláveis, de fácil decomposição, assim como incentivar a sua reutilização.