Relatório do fórum Bo'ao adverte sobre risco de dívida entre economias emergentes

Fonte: Xinhua    23.03.2016 14h18

Bo'ao, 23 mar (Xinhua) -- O risco de crise de dívida está ameaçando as principais economias emergentes, de acordo com um relatório emitido na terça-feira pelo Fórum Bo'ao para a Ásia.

A crise de dívida pode explodir nos países do E11 (onze economias emergentes), a não ser que façam esforços urgentes de redução da alavancagem, disse o relatório sobre o desenvolvimento das economias emergentes do fórum 2016.

O relatório também advertiu sobre a possibilidade de crise financeira contagiosa entre alguns países do E11, que estão presos no endividamento com moedas depreciando rapidamente em relação ao dólar norte-americano.

Os países com grande dívida devem manter taxas de juros baixas para acompanhar com o reembolso, o que impulsiona ainda mais o empréstimo e a concessão. Alguns deles podem entrar em um círculo vicioso de empréstimos para devolver dívidas quando os preços imobiliários caem ou a liquidez esgota, apontou o relatório.

O bloco E11 foi mencionado pela primeira vez em um documento publicado no Fórum Bo'ao para a Ásia 2010, incluindo Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Turquia.

O relatório também mostrou uma desaceleração do comércio entre os 11 países emergentes no primeiro semestre de 2015, com uma queda anual de negócios totais de mercadorias do bloco de 12% e uma diminuição de serviços de comércio de 3,8% em termos anuais.

O relatório previu mais desaceleração do crescimento entre as economias emergentes, com uma previsão de crescimento médio do Produto Interno Bruto de 4,4% em 2016, caindo de 4,5% em 2015.

Há tendências divergentes entre os 11 países emergentes. Algumas economias como China e Índia mantiveram um crescimento sólido, enquanto outras como Rússia e Brasil enfrentam um caminho difícil. O crescimento das economias emergentes, apesar da desaceleração, ainda é muito mais robusto do que o número dos países desenvolvidos, acrescentou.

(Editor:Juliano Ma,editor)

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