As “quatro coletivizações”: os preceitos da era “internet+” da China

Fonte: Diário do Povo Online    07.03.2016 14h21

Por: Yang Xun

Yang Qifan, de 26 anos de idade, juntamente com a sua equipe, dedica-se à pesquisa de um sistema de rega utilizando drones. Na foto, Yang testa um circuito eletrónico de um drone. (Imagem: Mou Jian/Diário do Povo)

Na abertura da 4ª sessão plenária da 13ª Assembleia Popular Nacional, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, no seu discurso alusivo ao relatório de trabalho do Governo, referiu que: “…serão criadas plataformas para a participação das massas em iniciativas de empreendedorismo e inovação, de financiamento partilhado, de apoio e de subsidiação, assim como será estabelecido um novo tipo de mecanismo destinado às atividades de cariz criativo e empreendedor, baseado na coordenação entre empresas de todas as dimensões, instituições de ensino superior, centros de pesquisa científica, e da cooperação entre os intervenientes da nova era de inovação”.

No contexto do boom do empreendimento e inovação no mundo online, as iniciativas referidas acima ganham um espetro de ação mais amplo. O termo “empreendedorismo-inovação coletiva” indica a canalização dos recursos associados à inovação em todos os recantos da sociedade para plataformas concebidas para o setor criativo; o “financiamento coletivo” refere-se ao uso de plataformas online para a angariação conjunta de recursos financeiros; o “subsidiamento coletivo” refere-se ao uso da internet no processo de obtenção de serviços, ideias ou conteúdos, mediante a solicitação de contribuições de um grupo abrangente de pessoas e, especialmente, de uma comunidade online, ao invés da via tradicional. Por fim, o “apoio coletivo” está relacionado com o suporte proveniente do governo atribuído às micro e pequenas empresas, empreendedores, instituições não lucrativas, empresas e indivíduos.

Em setembro de 2015, o governo chinês lançou um guia de orientação sobre o estabelecimento de plataformas de apoio ao empreendedorismo e inovação de massas, concretizando a construção das quatro iniciativas em questão, a fim de estimular a inovação, criar postos de trabalho, apoiar o empreendedorismo, e financiar o desenvolvimento.

Na era “internet+”, onde o ritmo de mudança é estonteante, é necessária uma estratégia de longo prazo para agarrar as oportunidades e liderar o desenvolvimento. A China decidiu, por isso, promover as “quatro coletivizações”, baseadas nas especificidades do desenvolvimento da economia digital.

De acordo com um relatório estatístico sobre a internet chinesa, publicado em janeiro passado pelo Centro de Informações de Internet da China (CNNIC), a China apurava em dezembro de 2015 um número de 688 milhões de internautas, perfazendo um aumento anual de 39,5 milhões de pessoas. A internet encontra-se já disponível para 50,3% da população chinesa - um aumento de 2,4 pontos percentuais face ao final de 2014. Concomitantemente, o país totalizou 413 milhões de usuários que fizeram compras online em 2015, 14,3% acima dos valores do ano anterior.

Outras fontes indicam que a contribuição da economia digital para o PIB nacional atingiu os 7% em 2014, superando o caso equivalente nos Estados Unidos.

O primeiro-ministro Li Keqiang mencionou no ano passado o termo “empreendedorismo e inovação em massas”, tendo este dado entrada no relatório de trabalho do Governo e, assim, influenciando a população chinesa a nutrir cada vez mais o desejo de tomar parte nestas áreas. A inserção no relatório de trabalho do Governo confere à indústria criativa e de inovação uma crescente responsabilidade no desenvolvimento socioeconómico da China.

Edição: Renato Lu

Revisão: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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