POR REVISTA PORT.COM
Começou por ser apenas uma ideia para contar a história das constantes viagens e, hoje, três anos depois de ter aterrado na China, é um site dedicado à fotografia de viagem, onde mostra o país asiático tal como é, na sua plenitude: o Curinga.
Miguel Madeira é um viajante por natureza. Desde que se lembra de ser gente, as viagens foram uma constante na sua vida. Talvez por isso não tenha receio de afirmar que raízes nunca foram o seu forte.
“Sei que o bichinho das viagens cresceu muito com os meus pais. Em criança, e maioritariamente na adolescência, sempre tive a sorte de poder viajar com eles e com a minha irmã. Viagens maiores ou menores, viajar é viajar e eles sempre fizeram o possível para que conhecêssemos, para que víssemos com os nossos olhos um pouco do mundo que nos rodeia”, disse o fotógrafo à Revista PORT.COM.
Refere-se à sua história como uma combinação entre trabalho, oportunidade, risco e sorte. Ainda em Portugal, tirou a licenciatura em psicologia, o mestrado na área de psicologia de consumo e, posteriormente, uma pós-gradução em marketing. Trabalhou em formação profissional, vendas (porta-a-porta e serviços), em dezenas de festivais de verão e fez ainda parte de “um dos projetos mais interessantes que aconteceram em Portugal (So You Think You Can Pitch?, da SparkAgency)”.
Nada disso o cativou o suficiente, precisava de mais. De um desafio maior, de “me testar sem rede, fora da minha zona de conforto”. E assim fez, depois de alguma pesquisa, aos 26 anos, mudou-se sozinho para Pequim, onde iniciou um trabalho com contrato de três meses.
““Tinhas de ir para tão longe?” perguntou-me a minha mãe. Não, não tinha, mas queria testar as minhas capacidades num ambiente pouco familiar e distante. Desafio é desafio”, afirmou Miguel Madeira.
Aterrou em Pequim em janeiro de 2013 e é lá que se mantém até hoje, com uma equipa de gestão de redes sociais.
“A decisão de vir para a China não foi inocente, pois para além de todo o desafio que representa, sabia que seria uma excelente oportunidade para conhecer um país e um continente que de outra forma necessitaria de mais tempo e investimento”.
Incitado por amigos e família a escrever um blog de viagens, a ideia do Curinga começou a ganhar estrutura, como forma de partilhar um pouco das suas vivências. “E muitas são as histórias que se podem contar, algumas bem típicas da China, outras semelhantes a de muitos outros que saíram do país”, explicou.
Foi neste período que cresceu a paixão pela fotografia, uma componente vital nas suas viagens atuais.
“Embora viaje para conhecer e não para fotografar, o medo do esquecimento aliado à vontade de partilhar o que vivo com quem me é próximo acabou por resultar em centenas de fotografias dos mais diversos pontos da China e de alguns países vizinhos”.
Foi em janeiro de 2016, exatamente três anos depois de aterrar na China, lançou o siteCuringa.net, focado em fotografia de viagem e com algumas histórias pelo meio. Um site para os pais e irmã verem, para os amigos, curiosos, outros viajantes, um pouco para todo o mundo, mas também para ele próprio.
“Curinga reflete um pouco este constante estado de mudança e viagem. É um sinónimo (brasileiro) para joker, a figura do baralho que pode assumir o valor de qualquer uma das outras cartas, e é com esta ideia de adaptação rápida que me identifico e que quero transmitir com o site”, explicou Madeira.
Seja aqui ou na China, as fotografias de Miguel Madeira são uma fonte de inspiração para quem deseja viajar para Pequim ou outras cidades do país asiático.