WASHINGTON, 26 fev. (Diário do Povo Online) - O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, apresentou nesta quinta-feira em Washington as prioridades da diplomacia chinesa. Falando para um grupo de especialistas, Wang explicou que as prioridades da diplomacia chinesa estão alinhadas com os objetivos de desenvolvimento do país.
"Estamos unindo toda a população chinesa em torno de um esforço comum para concretizar o sonho chinês de revitalização da nação", disse Wang no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. "A diplomacia chinesa contribuirá para este objetivo nacional”.
A diplomacia é uma extensão dos assuntos internos, explicou Wang, assinalando que a diplomacia chinesa tem como objetivo criar um ambiente externo mais estável e amistoso para o desenvolvimento do país.
Nos últimos anos, a China tem sido mais proativa na defesa dos seus interesses nacionais legítimos, no compromisso com as suas obrigações internacionais e nos trabalhos com os outros países, em particular com os Estados Unidos, explicou.
Wang reiterou que a China está defendendo com firmeza a ordem internacional e o sistema estabelecido desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Em relação ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), Wang disse que a China tem o desejo de torná-lo em um organismo aberto, internacional e profissional que complemente o sistema financeiro internacional existente.
O chanceler também falou sobre a iniciativa "Um Cinturão e Uma Rota" apresentada pela China, prometendo aumentar a ligação, cooperação das capacidades produtivas e os intercâmbios interpessoais para o benefício de todos.
Sobre a questão nuclear na República Popular Democrática da Coreia, Wang sublinhou o princípio de que a península coreana deve ser desnuclearizada e que não pode haver nem guerra e nem turbulências.
"Como se pode alcançar a desnuclearização?", perguntou Wang. "Devemos buscar o objetivo através das negociações, como no caso da questão nuclear iraniana, cujas conversações ao longo de 10 anos culminaram num acordo abrangente", respondeu.
Wang também expressou as preocupações chinesas em relação a instalação do sistema de defesa aéreo conhecido como THAAD, na Coreia do Sul. Para Wang, o avançado sistema de defensa antimísseis dos Estados Unidos poderá afetar ou ameaçar os interesses de segurança da China.
O alcance do radar que será usado, associado com o sistema THAAD, se entende muito mais além da península coreana e chega até o interior da China, indicou.
"Consideramos que as inquietações da China em relação à segurança devem ser levadas em consideração" quando os Estados Unidos e a Coreia do Sul sentarem para discutir sobre a instalação do sistema de defesa, disse o chefe da diplomacia chinesa. "Deve-se dar uma explicação convincente à China. Não creio que seja pedir muito", ressaltou.
Sobre as questões em torno do Mar do Sul da China, o chanceler disse que a situação, no geral, é estável e que a China insiste em resolver as disputas mediante o diálogo.
"Nenhum barco comercial se queixou de que a sua liberdade de navegação tenha sido ameaçada ou posta em risco", disse Wang.
O ministro chinês também disse que Beijing e Washington têm "muitos mais interesses em comum do que áreas de desacordo", afirmando que os dois lados devem impulsionar a confiança estratégica mútua, aprofundar a cooperação pragmática e gerenciar as diferenças de maneira construtiva com a finalidade de lograr maiores avanços nas relações bilaterais.
Desenvolver uma relação forte entre a China e os Estados Unidos favorece os interesses das duas partes e vai de encontro com as aspirações da comunidade internacional, afirmou.
O ministro das Relações Exteriores da China, que chegou a Washington na terça-feira para uma visita oficial de três dias ao país, se reuniu ontem com o presidente Barack Obama e com a assessora de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice.
Edição: Rafael Lima