Mundo aplaude avanço histórico do encontro entre Xi Jinping e Ma Ying-jeou

PEQUIM, 5 de novembro (Diário do Povo Online) - O presidente chinês, Xi Jinping, vai reunir-se com o líder de Taiwan, Ma Ying-jeou, no próximo sábado (7) em Singapura. Assim o afirmou ontem (4) Zhang Zhijun, diretor do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Comité Central do Partido Comunista da China e do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado.

Segundo Zhang, os dois líderes vão trocar impressões relativamente à promoção do desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. Este encontro terá certamente uma influência positiva na política de Taiwan para com a China continental, e contribuirá para que o mundo a conheça a natureza das relações entre os dois lados do Estreito.

Desde a conversa entre Koo Chen-fu, presidente do Fundo de Intercâmbio do Estreito de Taiwan, e Wang Daohan, presidente da Associação para as Relações entre os Dois Lados do Estreito de Taiwan (ARATS, sigla em inglês) realizado em 1993, o nível de encontro entre os líderes dos dois lados do Estreito nunca conseguiu um avanço final, devido à questão do título que ambos devem assumir. Taiwan esperava que o seu líder tomasse o título de ‘presidente’, o que a China continental não podia aceitar, não somente por uma questão de identidade, mas por ser um problema fundamental, que envolve a natureza das relações entre os dois lados do Estreito.

Zhang revelou que o encontro será realizado em nome dos líderes da parte continental da China e de Taiwan, tendo sido encontrada uma solução pragmática, em conformidade com o princípio de ‘uma só China’, pois as diferenças políticas entre os dois lados do Estreito não foram ainda resolvidas.

Xi Jinping e Ma Ying-jeou vão dirigir-se um ao outro por ‘Senhor’, um cenário único nos encontros entre os líderes importantes do mundo.

A questão de Taiwan admite geralmente três direções principais: manter a atual situação, proceder à reunificação, e a chamada ‘independência de Taiwan’.

Manter a atual situação é apenas uma declaração geral. As relações entre os dois lados do Estreito não podem manter um ‘status quo’ estático, pois há uma evolução constante. No entanto, as mudanças dependem das forças motrizes. Os defensores da ‘independência de Taiwan’ são somente forças extremistas dentro de Taiwan. A sua arrogância não tem autenticidade histórica. A força motriz oposta inclui o crescente poder da China continental e o positivismo de Taiwan. O mundo vê com bons olhos a aproximação dos dois lados do Estreito e conforma-se com essa tendência. Tudo isto gera uma torrente poderosa, que resulta na criação de um ambiente estratégico de reforço da cooperação entre os dois lados do Estreito.

A coragem política do presidente Xi deixou uma impressão profunda nos dois lados do Estreito e no resto do mundo. O encontro ansiosamente aguardado entre os líderes da China continental e de Taiwan será realizado, finalmente, durante o seu primeiro mandato. Esta ousadia representa uma esperança para o país em alcançar avanços importantes numa fase crucial do rejuvenescimento da nação chinesa.

Devemos aplaudir a atitude positiva de Ma Ying-jeou no encontro dos líderes dos dois lados do Estreito. Durante o seu mandato, que terminará em sete meses, Ma rege-se pelo ‘Consenso de 1992’, frisando que a cooperação entre os dois lados do Estreito é próspera. Embora o seu mandato interno em Taiwan seja controverso, a influência positiva dos elementos das relações entre os dois lados do Estreito perdurará para lá do seu mandato. Esta ultrapassará a política complexa da ilha.

A população anti-Pequim de Taiwan reagiu imediatamente ao encontro entre Xi e Ma, querendo sequestrar a opinião pública da ilha. Todos eles devem tomar consciência que se opõem a um encontro histórico, apoiado por todo o mundo, incluindo os Estados Unidos. Tal extremismo não pode existir numa tendência mundial de longo prazo, estando os pressupostos que defendem destinados a ser desprezados e abandonados.

O encontro entre Xi e Ma é uma notícia emocionante para os chineses em todo o mundo. A comunidade internacional tem um grande interesse nos avanços pragmáticos entre os dois lados do Estreito. O mundo aplaudirá, certamente, esta vitória da paz e da racionalidade.

Edição: Chen Ying

Revisão: Mauro Marques