KUALA LUMPUR, 5 de novembro (Diário do Povo Online) - O Conselheiro de Estado e Ministro da Defesa Nacional da China, Chang Wanquan, disse que a chamada liberdade de navegação no Mar do Sul da China é "uma proposição falsa" e que, portanto, não pode ser usada como "uma desculpa para provocações".
Chang fez as declarações ontem (4) após uma minoria de países que participavam do terceiro encontro dos ministros da Defesa dos países da ASEAN em Kuala Lumpur, na Malásia, promoveram o conceito de liberdade de navegação durante o encontro de forma sensacionalista.
A situação regional tem testemunhado uma crescente tensão após a entrada ilegal de um navio de guerra dos EUA no dia 27 de outubro em águas perto de um recife chinês das Ilhas Nansha, no Mar do Sul da China.
De acordo com Chang, mais de 100 mil barcos navegam pelo Mar do Sul da China todos os anos e nenhum país jamais se deparou com obstáculos, problemas ou situações de perigo.
"Uma vez que não há qualquer problema sobre a liberdade de navegação no Mar do Sul da China, não se deve sensacionalizar o tema, muito menos usá-lo como uma desculpa para se fazer provocações", disse Chang.
O encontro reuniu os líderes de defesa de todos os 10 países da ASEAN e outros oito países-parceiros como a Austrália, China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Rússia e os Estados Unidos. No entanto, eles desistiram de emitir uma declaração conjunta por falta de consenso.
A agência de notícias Reuters informou que "os Estados Unidos e seus aliados pressionaram para que se fizesse menção na declaração sobre disputas no Mar do Sul da China".
Sem citar nomes ou quantidade, o Gabinete de Informação do Ministério da Defesa Nacional da China afirmou que "países de fora da região são completamente responsáveis" pela ASEAN ter falhado em divulgar uma declaração conjunta.
Atores de fora mas que atuam na região “tem tentado forçar o conteúdo – que não está dentro do escopo das discussões – da declaração conjunta”, informou o ministério.
O ministério também reiterou que a “China tem mantido uma estreita coordenação e diálogo com o estado que preside a ASEAN, Malásia, sobre o conteúdo da declaração conjunta, e já chegou a um consenso com aquele país e com o restante dos países da ASEAN sobre o conteúdo da declaração conjunta".
Zhang Junshe, pesquisador do Instituto de Pesquisa de Estudos Militares da Marinha do EPL disse que Washington é hipócrita em relação a questão do Mar do Sul da China.
"As ações dos EUA visam incentivar países como as Filipinas a desafiarem ainda mais a China sobre a questão do Mar do Sul da China", disse Zhang.
Enquanto isso, apesar da tensão, três navios de guerra chineses chegaram na terça-feira (3) na Estação naval de Mayport, na Flórida, para uma visita de cinco dias.
O embaixador da China nos Estados Unidos, Cui Tiankai, disse que a visita demonstra que a Marinha do EPL é firme defensora da paz e da estabilidade.
Edição: Rafael Lima