Guan Li, de 25 anos, é uma professora voluntária de língua chinesa na Universidade Hung Vuong, na província Phu Tho, no norte do Vietname. Tendo-se registado no programa de voluntariado em 2013, Guan inicialmente teria sido apontada para as Filipinas, mais tarde para a Mongólia, mas no final o seu destino acabou por ser o Vietname.
Este ano decidiu prolongar a duração da sua estadia no país por mais um ano, “não queria deixar o país e desapontar os meus alunos”.
“Penso ter sido bastante corajosa em vir para aqui sem saber qualquer palavra de vietnamita”, reconheceu Guan, enquanto referia vários episódios onde os problemas de comunicação eram uma constante.
“Graças ao apoio dos meus colegas e estudantes, superei essas dificuldades. Fiquei muito comovida com a simpatia de todos.”, disse a professora.
“Os meus estudantes e as suas famílias enfrentam problemas económicos, pois a maioria é de zonas rurais”, constata Guan, mostrando-se feliz pelo facto dos seus alunos prepararem uma garrafa de água para si todos os dias ou a convidarem para sua casa para jantar em ocasiões especiais.
Guan vive a 35km da universidade e diz ter que apanhar o autocarro todos os dias às 6 da manhã para chegar a tempo às aulas. “Todas estas dificuldades se desvanecem quando chego à sala de aula e encontro os meus alunos ansiosos por aprender”, disse.
“Ocasionalmente, alguns dos meus ex-alunos, que entretanto se formaram, telefonam-me para me contar experiências da sua vida profissional. Outros dizem estar ansiosos por ir para a China para aprofundar os seus estudos. Fico muito feliz de saber que os meus alunos usam as suas competências linguísticas na sua atividade profissional, e de saber que dei o meu contributo para o resforço da relação da China com o Vietname”, disse Guan.
A Universidade Hung Vuong foi fundada em 2003 na província de Phu Tho. A taxa de empregabilidade dos seus estudantes é de 100%, de acordo com o reitor, Cao Van. Neste ano entraram 40 estudantes para o curso de língua chinesa naquela universidade.
Desde 2007 a universidade tem mantido protocolos de intercâmbio com universidades chinesas em Yunnan e Guangxi, de acordo com Guan.
“Através do intercâmbio, muitos deles fizeram amizade com alunos chineses e continuam a manter o contacto regularmente através da internet”, disse a professora, frisando que é uma ótima forma de ajudar os alunos a melhorar o seu nível de chinês e de aprender mais sobre a China e a sua cultura.
Guan fez notar a falta de um centro onde os estudantes da região possam fazer o exame oficial de língua chinesa, o HSK, acrescentando que vai mover esforços para fundar um centro de examinação. Este é, de acordo com as suas palavras, um dos sonhos que gostava de realizar.
Guan e os seus amigos fazem parte do número crescente de jovens dos dois países que estão a contribuir para o sucesso do relacionamento entre a China e o Vietname, especialmente ao nível do intercâmbio cultural e de cidadãos.
Edição: Mauro Marques