O Partido Cumunista da China (PCCh) divulgou na passada terça-feira(3) o guião completo com as metas a atingir entre 2016 e 2020, sendo que o objetivo primordial é o de “manter um crescimento médio-alto”.
Embora não tenham sido contemplados objetivos quantitativos, o Presidente Xi elaborou que um crescimento anual de 6.5% seria necessário para a China “construir uma sociedade consideravelmente próspera” em 2020.
“Para a China, duplicar o seu PIB de 2010 e o rendimento per capita dos habitantes urbanos e rurais em 2020, o crescimento anual entre o 2016 e 2020 deverá ser de, pelo menos, 6.5%”, asseverou o líder chinês, que diz ter ponderado tanto o potencial económico como os riscos de adotar este valor.
O economista chinês Justin Yifu Lin, professor de economia da Universidade de Pequim, disse que esta meta significaria um aumento do PIB per capita para os 12,000$, partindo dos atuais 7,000$.
Zheng Xinli, vice-presidente do China Center for Economic Exchanges, refere que estes valores colocam a China numa posição de evitar a armadilha de estagnação económica (que atingiu já vários países) que se dá quando o PIB per capita atinge níveis de rendimento médios.
Com a adoção de um novo conceito de normalidade da economia chinesa, é necessário tempo e espaço para preparar o excedente industrial, restruturar a economia e fazer a migração para um modelo baseado na inovação, acrescentou Xi.
A economia chinesa expandiu 6.5% no terceiro trimestre de 2015 - o menor crescimento desde o segundo trimestre de 2009 - contudo, está ainda centrado na meta de cerca de 7% estipulada pelo governo.
Liu Yanchun, vice-diretor da Academia Nacional de Desenvolvimento e Estratégia da Universidade Renmin, alega que se medidas concretas forem tomadas, é possível manter a taxa de crescimento a cerca de 7% nos próximos 5 anos.
Mesmo que o envelhecimento populacional, o restruturamento económico e limitações de recursos contenham o crescimento, o ritmo não será inferior aos 6%, afirma Liu.
Chi Fulin, diretor do Instituto de Reforma e Desenvolvimento da China, disse que a margem mínima de 6.5% permite assegurar um desenvolvimento sustentável. A mudança do conceito de crescimento, de acordo com Chi, terá um impacto a longo prazo no futuro da China.
De acordo com as propostas de terça-feira, “inovação, coordenação, ambiente, abertura e partilha” serão as palavras-chave para atingir os objetivos estabelecidos para os próximos anos. O enfoque é para ser dado em atingir o crescimento através das transformações económicas, otimização da estrutura industrial, respeito pelo ambiente e aumento da qualidade e eficiência, fez notar Xi Jinping.