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China, Japão e República da Coreia agendam data para cimeira-chave

Fonte: Diário do Povo Online    27.10.2015 09h49

Da direita para a esquerda, ministro dos negócios estrangeiros chinês Wang Yi, e os seus congéneres Yun Byung-se da República da Coreia e Fumio Kishida do Japão. A foto foi tirada durante o 7º encontro trilateral de ministros dos negócios estrangeiros em Seul, a 21 de março de 2015.

O Primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, juntar-se-à à reunião dos líderes da China, Repúlica da Coreia e Japão em Seul.

Uma cimeira entre líderes governamentais da China, República da Coreia e Japão vai ser organizada em Seul no domingo – esta atividade pode ser interpretada como um dos recentes sinais do aliviar das tensões entre Pequim e Tóquio.

Discussões no âmbito de um acordo de comércio livre já há muito aguardado e de estratégias de intregração económica aprofundada estarão contemplados na agenda.

A cimeira será a primeira desta natureza entre líderes dos três países em três anos, após este tipo de encontros ter sido cancelado devido a disputas de índole histórica e territorial.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou na segunda-feira que o Primeiro-ministro Li Keqiang fará uma visita oficial de três dias à República da Coreia, com início no sábado, e que este deverá marcar presença na cimeira.

Contudo, o programa da cimeira não refere se está ou não previsto o primeiro-ministro chinês encontrar-se com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

Liu Zhenmin, vice-ministro dos negócios estrangeiros, disse que Pequim e Tóquio estão ainda em contactos para chegar a um acordo nesta questão.

O encontro trilateral tem como objetivo melhorar o intercâmbio entre as três nações e manter a estabilidade na região, afirmou Liu.

Os representantes da Presidente Park Geun-hye da Républica da Coreia, disseram à Reuters que a chefe de estado se iria encontrar com Li Keqiang em Seul no sábado.

Tong Daochi, ministro assistente para o comércio, disse que a China irá tomar medidas no sentido de promover um “progresso substancial” nas conversações de comércio livre com o Japão e a República da Coreia, no agora 8º turno de negociações após 2012.

Li Keqiang deverá tentar estabelecer uma sinergia entre a política “Um Cinturão e uma Rota” e a ambição da República da Coreia em fortalecer as relações com os países asiáticos e europeus durante a sua visita, disse Tong.

Outros assuntos relevantes a serem debatidos durante a cimeira incluem a estabilidade e desnuclearização da península coreana.

Zhang Tuosheng, diretor do departamento de investigação da Fundação para os Estudos Internacionais e Estratégicos da China, disse que a cimeira será um marco, devido aos episódios de tensão entre a China e o Japão desde 2012.

“A reunião trilateral deveria ter sido realizada em 2012, com vista a facilitar as conversações para o comércio livre entre as três partes”, asseverou.

“De momento, os três países firmaram já acordos de comércio livre com outras nações, mas nem um acordo deste âmbito foi firmado entre o trio.”

Kazuo Ogoura, conselheiro da Japan Foundation e ex-embaixador japonês em Seul, aproveitou para referir durante um fórum realizado em Pequim que a comunicação entre os três países é importante.

“Temos que organizar vários encontros, não apenas ao nível presidencial ou de primeiros-ministros, mas a vários níveis”, disse Ogura.

Os laços entre Pequim e Tóquio revelaram sinais de melhoras desde o ano passado. Oficiais dos dois países já realizaram vários encontros desde então, sendo que Yang Jiechi, conselheiro de Estado chinês, detentor do mais alto título diplomático do país, visitou o Japão este mês.

De acordo com um estudo anual divulgado na quinta-feira, a hostilidade e o pessimismo entre o público chinês e japonês está a resfriar, embora o peso dos acontecimentos históricos e das questões territoriais continue presente no dia-a-dia.

O estudo revela que 41,1% da população chinesa acredita que a relação entre os dois países se deverá deteorar. O valor do ano anterior terá sido de 49.8%.

No Japão, a proporção caiu dos 36.8% para os 24.7%.

 

Tradução: Mauro Marques

(Editor:Renato Lu,editor)

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