Beijing, 18 Agosto (Diário do Povo Online) - As explosões que sacudiram semana passada o porto de Tianjin, nordeste da China, podem afundar a ambição de o mesmo tornar-se, este ano, no terceiro porto mais movimentado do mundo no tocante a capacidade de manuseamento de mercadorias.
Alguns analistas disseram que algumas empresas poderão, como alternativa, recorrer a outros portos do Norte. A chineseport.cn refere que o porto de Tianjin foi, ano passado, o quarto maior do mundo.
Chen Yingming, vice-presidente executivo da associação de portos em Shanghai, disse que embora as operações no porto de Tianjin tenham retornado à normalidade, após as explosões, a sua capacidade de manuseamento será transferida para outros grandes portos, tais como Dalian e Huludao, na província de Liaoning, e Qingdao e Rizhao, em Shandong.
"A maior preocupação das empresas de remessas e de fabrico é o fato de as instalações de apoio no porto de Tianjin terem sido danificadas pelo acidente”, disse Chen.
"O acontecimento deixou uma pressão extra ao governo local e às autoridades portuárias de ‘Tianjin Co Ltd’ para a construção do Porto, como maior centro de transporte de carga no norte da China, durante os próximos quatro anos".
O Porto de Tianjin tinha, ano passado, uma capacidade anual de mais de 540 milhões de toneladas métricas em diversos bens e mercadorias da área automobilística, tornando-se no quarto porto mais movimentado a nível global, depois de Ningbo - Zhoushan, Shanghai e Singapura.
Em 2011, o porto definiu como alvo, até 2015, atingir uma capacidade anual de mais de 560 milhões de toneladas métricas de mercadorias. Também começou a desenvolver serviços de transporte marítimo, consultoria e finanças para competir com outros centros de transporte marítimo internacional, caso de Hong Kong e Singapura.
A empresa ‘Scan Global Logistics AS’, provedora de soluções de gestão para cadeias de abastecimento, em Copenhague, disse ser ainda muito prematuro prever quando é que as operações de transporte em Tianjin voltarão à normalidade, já que muitas instalações chave foram danificadas.
"Algumas linhas de transporte voltarão a aceitar reservas a partir de 24 de agosto. No entanto, recomendamos aos nossos clientes para considerarem Qingdao e Dalian como portos alternativos até que haja novas informações, “ revelou a empresa.
Como solução de apoio, a empresa ofereceu um serviço de barcaças a operarem de Qinhuangdao, um porto do interior próximo de Tianjin, para Dalian.
Dong Liwan, professor da indústria de transporte marítimo na Universidade Marítima de Shanghai, disse que para o negócio portuário é necessário uma sólida infraestrutura e serviços de logística a altura de reduzir custos de distribuição e, consequentemente, aumentar a confiança no transporte, o que irá beneficiar ambas partes, nomeadamente as companhias de navegação e de exportação.
"Sob a situação atual de comércio global, o excesso de capacidade de tonelagem nas linhas de transporte tornou difícil as empresas prosseguirem com o desenvolvimento econômico sustentável no setor. Para evitar riscos, naturalmente que escolhem outros portos para atracar os seus navios," disse Dong.
Mais de 110 navios, incluindo graneleiros, porta contentores, e petroleiros, estavam ancorados fora do Porto de Tianjin, devido a preocupações de segurança, desde segunda-feira.
A administração de segurança marítima de Tianjin permitiu, desde a última sexta-feira, que navios entrassem no seu canal norte, com a exceção de petroleiros e de carga química.