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Reportagem especial: Produtores chineses de drones expandem negócios na América Latina

Fonte: Diário do Povo Online    14.08.2015 14h21

SÃO PAULO, 14 de agosto (Diário do Povo Online) - Luís Neto, proprietário de uma loja de modelos de avião em São Paulo, no Brasil, acredita que os drones fabricados pela China vão ajudá-lo a expandir seus negócios.

Na Feira de Drones da América Latina, a primeira exposição de aeronaves não tripuladas na região, que será realizada em Outubro, em São Paulo, Neto alugou a única área de voos de teste no pavilhão de exibição e uma grande estante na zona central, a fim de mostrar os seus drones favoritos fabricados pela empresa ‘DJ - Innovations (DJI)’, um dos melhores produtores chineses de drones civis.

“Vou promover drones produzidos pela ‘DJI’ nos lugares de destaque”, disse Neto.

Neto estabeleceu a sua reputação na indústria brasileira de drones devido a empresa DJI, a líder nesta indústria no que toca a fotografia aérea e videografia, que ocupa uma quota de cerca de 70% do mercado mundial.

Dois anos atrás, Neto fez um vídeo sobre um protesto ocorrido na Avenida Paulista em São Paulo a partir de imagens captadas por um drone fabricado pela ‘DJI’. O vídeo foi transmitido num canal de televisão local.

Após a transmissão, Neto recebeu, em uma semana, mais de mil e-mails de pessoas interessadas em saber onde podiam comprar o drone.

Prevendo um negócio potencial, ele tornou-se um agente de venda de drones.

A sua loja no distrito de Casa Verde, no norte de São Paulo, tem todos os tipos de drones da ‘DJI’. Neto fabricou, por si próprio, um modelo de drone da ‘DJI’, cujo tamanho é quatro vezes maior do que o drone origial.

“Os drones da ‘DJI’ ocupam mais de 90% das vendas totais na minha loja”, disse ele. Nesta altura em que muitas indústrias ‘encolheram’ por causa da economia lenta e da desvalorização do real, Neto ganhou centenas de milhares de dólares americanos por ano.

O Brasil tem-se tornado um importante mercado na indústria de aeronaves não tripuladas. Em 2010, o governo brasileiro investiu 350 milhões de dólares na compra de 14 drones em Israel para monitorar a floresta tropical da Amazónia.

No entanto, devido ao rápido avanço tecnológico dos drones chineses, as compras recentes têm focalizado empresas chinesas.

Este mês, os drones da ‘DJI’ serão utilizados na monitoria de propriedades suspeitas de praticar trabalho forçado no Estado do Rio de Janeiro, antes de expandir para outros lugares.

Os primeiros seis drones usados no Rio de Janeiro, ‘Inspire 1’, têm câmeras poderosas que podem filmar vídeos de 4K em 360 graus, tirar fotos contendo 12 milhões de ‘pixels’ e transmitir imagens em tempo real para ‘smartphones’ ou computadores.

De acordo com Wang Fan, diretor de relações públicas da ‘DJI’, encomendas de instituições públicas do Brasil, Chile, México, Paraguai e Peru estão crescendo rapidamente.

A ‘DJI’ tem fornecido drones para consumidores em diversos setores, incluindo os da construção, combate a incêndios, e agricultura, acrescentou Wang.

No Peru, os drones da ‘DJI’ são usados por oficiais culturais e arqueólogos para trabalhos de topografia e cartografia em 3D das relíquias incas.

Além de instituições públicas, os drones fabricados pela China também são bem acolhidos pelo público. As redes sociais estão ansiosas em saber como comprar drones da China, comparando diversas empresas, incluindo a ‘DJI’, ‘Ehang’ e ‘Zero Tech’.

Fundada em 2006 e baseada em Shenzhen, cidade do Sul da China, a empresa ‘DJI’ vende produtos para mais de 100 países e regiões do mundo, com escritórios em Hong Kong, Japão, Alemanha, EUA e Holanda.

A reputação internacional da empresa começou em Hollywood onde os seus drones ganharam popularidade na produção de filmes e programas de televisão.

A área de filme e televisão da América Latina também conheceu a potencialidade dos drones, mas não tinha muitas oportunidades para usá-los porque, antes, os canais de distribuição da companhia ainda não tinham sido estabelecidos na região.

Agora a situação mudou com a fundação das empresas como a de Neto.

Em 2015, os negócios da ‘DJI’ registraram um aumento significativo na América Latina, com vendas a triplicar no primeiro semestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo dezenas de milhões de yuans, afirmou Wang.

Neto também está otimista em relação às oportunidades na Feira de Drones da América Latina. “Espero que a exposição possa me trazer clientes de outros países, assim posso expandir o negócio da venda de drones da ‘DJI’ para fora da região”, disse.


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(Editor:Chen Ying,editor)