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Brasil registra queda acentuada de nascimentos e aumento de mortes em 2024

Fonte: Xinhua    11.12.2025 16h08

O Brasil registrou uma queda de 5,8% nos nascimentos e um aumento de 4,6% nas mortes em 2024, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em números, o país teve pouco mais de 2,38 milhões de nascimentos em 2024, em comparação com 2,52 milhões em 2023, marcando o sexto ano consecutivo de queda. A redução de 5,8% é a mais acentuada em 20 anos, superando a queda de 5,1% registrada entre 2015 e 2016.

A gerente de pesquisa Klivia Brayner afirmou que a redução no número de nascimentos "confirma a tendência já demonstrada pelo Censo de 2022, de que as mulheres estão tendo menos filhos, o declínio da fertilidade".

A demógrafa Cintia Simões Agostinho acrescentou que, além de fatores culturais, a queda está relacionada à estrutura demográfica do país, marcada pelo envelhecimento da população e pela redução do número de mulheres em idade reprodutiva.

Em 2024, o Brasil registrou uma média de 198 mil nascimentos por mês, 6.600 por dia e 275 por hora. Março foi o mês com o maior número de nascimentos (215.500), seguido por maio, abril e janeiro. Os meses com o menor número de nascimentos foram novembro e dezembro. Os registros também mostram que as mulheres estão tendo filhos em idades mais avançadas. Em 2004, 51,7% dos nascimentos eram de mães com 24 anos ou menos; em 2024, essa proporção havia caído para 34,6%.

A região Norte, a mais pobre do país, apresentou os maiores percentuais de mães adolescentes, enquanto o Distrito Federal e os estados do Sul e Sudeste, os mais desenvolvidos, registraram as maiores proporções de mães com mais de 30 anos.

O estudo também indica que 34,3% dos nascimentos em 2024 ocorreram em municípios diferentes do domicílio da mãe, com Sergipe e Pernambuco apresentando as maiores proporções.

Em relação à mortalidade, o Brasil registrou quase 1,5 milhão de óbitos em 2024, um aumento de 4,6% em comparação com 2023 e o maior aumento fora do período da pandemia em duas décadas. O total, no entanto, foi 0,6% menor do que o registrado em 2022.

Em 2024, nove em cada dez mortes no Brasil foram por causas naturais. Causas não naturais, como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas, representaram 6,9% do total. A mortalidade masculina em excesso permaneceu alta: para cada 100 mortes femininas, houve 120 mortes masculinas.

Na faixa etária de 15 a 29 anos, a mortalidade masculina por causas não naturais foi 7,7 vezes maior que a mortalidade feminina.

Os dados divulgados nesta quarta-feira refletem a acelerada transformação demográfica pela qual o Brasil está passando, marcada pela queda da fertilidade, envelhecimento da população e mudanças significativas nos padrões de natalidade e mortalidade.

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