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Polícia Federal do Brasil desmantela redes de tráfico de mulheres para exploração sexual na Europa e Ásia

Fonte: Xinhua    11.12.2025 14h39

A Polícia Federal (PF) do Brasil desmantelou nesta quarta-feira duas organizações criminosas dedicadas ao tráfico internacional de mulheres para exploração sexual em países da Europa e da Ásia. As operações, que contaram com a cooperação internacional da Europol e da Interpol, identificaram aproximadamente 100 vítimas.

Durante a "Operação Rufiã", as autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Goiás (região central do Brasil) e bloquearam bens avaliados em até 58 milhões de reais (US$ 10,74 milhões).

Um dos líderes do grupo, preso em Goiás, é acusado de manter redes transnacionais com operações em países como Sérvia, Jordânia, Israel, Áustria, Croácia, Emirados Árabes Unidos e Montenegro.

O modus operandi consistia no recrutamento de vítimas, principalmente por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, com promessas de altos rendimentos e viagens totalmente financiadas.

Uma vez no exterior, as mulheres eram submetidas a condições degradantes, jornadas de trabalho exaustivas, retenção de documentos, ameaças e vigilância constante por geolocalização. Investigações indicam que as organizações selecionavam preferencialmente mulheres com menor escolaridade e em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica.

Simultaneamente, a Polícia Federal (PF) realizou a "Operação Alicia", em conjunto com a Polícia Nacional Espanhola e com o apoio da Interpol, visando uma rede de tráfico de mulheres para a Espanha. Nessa operação, realizada em cidades como São Paulo, Ubatuba e Rio das Ostras, foram apreendidos 40 milhões de reais (US$ 7,4 milhões) obtidos ilicitamente, e 33 mulheres foram resgatadas, 28 delas brasileiras, em uma operação espanhola anterior, em junho.

Essa cooperação internacional é fundamental, visto que, segundo dados do Ministério da Justiça, em 2024, 68% das vítimas brasileiras de tráfico internacional foram exploradas em países asiáticos como Filipinas e Laos, principalmente para trabalho escravo em plataformas de jogos de azar, enquanto 22% sofreram exploração na Europa.

A Polícia Federal (PF) afirmou que as Operações "Rufiã" e "Alicia" representam um golpe significativo nas redes transnacionais de tráfico de pessoas e destacam a eficácia da cooperação policial internacional entre Brasil, Europa e outros continentes. Esses casos expõem a cruel exploração sofrida principalmente por mulheres em situação de vulnerabilidade e reforçam a necessidade de canais acessíveis para denúncia e resgate.

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