O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou nesta quarta-feira, em entrevista coletiva na sede de ONU que seu país vai cobrar da Organização das Nações Unidas a criação de um Estado Palestino, assim como já promoveu a criação do Estado de Israel.
O presidente enfatizou que o Brasil apoiará a recente decisão da Assembleia Geral, na qual mais de 150 países apoiaram a criação de um Estado Palestino, e pediu uma ação mais firme do Conselho de Segurança.
A mesma ONU que teve o poder de criar o Estado de Israel deve ter o poder de criar o Estado Palestino, disse ele, insistindo que a organização possui "documentos e decisão coletiva da sua maioria para chamar Israel à sua responsabilidade".
"Da parte do Brasil, vamos cobrar a ONU para ela executar a decisão que foi tomada ontem", continuou o presidente, referindo-se ao fato de que mais de 150 países apoiaram a criação de um Estado Palestino.
A criação de um Estado palestino foi um dos principais temas abordados durante a assembleia. Enquanto Lula e dezenas de outros chefes de Estado defenderam a soberania do povo palestino em um território independente de Israel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump se manifestou contra.
Além disso, às vésperas da Assembleia, aliados históricos de Israel, como França, Canadá, Reino Unido, Austrália e Portugal, anunciaram o reconhecimento formal do Estado da Palestina.
Na entrevista, Lula voltou a descrever as ações de Israel na Faixa de Gaza como "genocídio".
"Eu penso que o mundo inteiro já está tomado da percepção de que você não tem uma guerra em Gaza, você tem um genocídio de um exército fortemente preparado contra um povo indefeso, sobretudo mulheres e crianças", disse Lula.
Durante o seu discurso na Assembleia Geral da ONU na terça-feira, o presidente brasileiro disse que o povo palestino corre o risco de desaparecer e criticou o Hamas.
"Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali, sob toneladas de escombros, estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o direito internacional humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente", enfatizou.