A China espera que o Japão reflita profundamente sobre sua responsabilidade pelos crimes de guerra e tire lições da história, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, nesta quarta-feira.
Guo fez as observações em uma coletiva de imprensa regular quando solicitado a comentar o discurso do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, no debate geral da 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, no qual ele compartilhou sua visão sobre questões históricas.
Observando que o primeiro-ministro Ishiba em seu discurso disse que "nenhum país pode forjar um caminho para um futuro brilhante a menos que enfrente diretamente a história, e não devemos repetir novamente a devastação da guerra", e que "o povo da Ásia mostrou um espírito de tolerância ao aceitar o Japão após a guerra", Guo disse que o discurso não mencionou "agressão" nem "pedido de desculpas" e evitou a responsabilidade do Japão como perpetrador da guerra.
O primeiro-ministro Ishiba afirmou anteriormente que o Japão defende o espírito de enfrentar diretamente a história e olhar para o futuro e continua perseguindo um caminho de desenvolvimento pacífico, e que o Japão deve refletir sobre a história e lembrar as lições para que o Japão não repita os erros da guerra do passado, lembrou Guo.
Este ano marca o 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Antifascista Mundial, disse Guo.
A China sustenta que ver e tratar a história corretamente e tomar medidas concretas para refletir e pedir desculpas pela história de agressão é um pré-requisito importante para o retorno do Japão pós-guerra à comunidade internacional, disse ele, acrescentando que isso diz respeito à base política das relações China-Japão, aos laços do Japão com os países vizinhos e à imagem global do Japão.
Na Declaração Conjunta China-Japão, está claramente escrito que "o lado japonês está agudamente consciente da responsabilidade pelos sérios danos que o Japão causou no passado ao povo chinês por meio da guerra e se repreende profundamente", observou Guo.
Ele disse que o Japão precisa romper resolutamente com qualquer movimento que busque embelezar ou encobrir a história de agressão, seguir o caminho do desenvolvimento pacífico e ganhar a confiança de seus vizinhos asiáticos e do resto do mundo por meio das ações do Japão.
"Esta é a coisa responsável a fazer para a história, para as pessoas e para o futuro", acrescentou o porta-voz.
