O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira que o país adotará uma postura de "defesa comercial total" para proteger seu setor industrial dos efeitos do recente aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos.
Durante evento na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, Alckmin afirmou que o governo brasileiro já acionou instrumentos de defesa comercial, incluindo medidas antidumping, para evitar o que chamou de uma potencial "avalanche" de produtos industriais estrangeiros inundando o mercado brasileiro em decorrência da guerra comercial intensificada pelo governo norte-americano.
"Estamos monitorando de perto as importações. É uma defesa total do comércio. Não se trata de protecionismo, mas de proteção legítima", disse Alckmin.
O vice-presidente alertou que, embora alguns setores, como a agricultura, possam se beneficiar do novo cenário tarifário global, a indústria brasileira corre o risco de ser prejudicada pelo desvio de produtos que não encontram mais lugar nos Estados Unidos e buscam novos mercados, como o Brasil.
"Quero destacar algo importante: com o aumento de tarifas no mundo todo, o agronegócio brasileiro pode se beneficiar. Mas o setor precisa estar atento para que esse movimento não resulte em uma avalanche de produtos industriais sendo despejados no Brasil", alertou.
O governo brasileiro ativou mecanismos antidumping, que permitem restrições à importação de produtos vendidos no país a preços inferiores aos praticados no mercado interno do país de origem. Essas ferramentas, regulamentadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), são consideradas medidas defensivas legítimas quando é detectada concorrência desleal.
Alckmin enfatizou que a posição do Executivo não busca fechar o país ao comércio internacional, mas sim preservar o equilíbrio competitivo da indústria nacional. "Não é protecionismo. É proteção legítima. Queremos regras de concorrência justas", afirmou.
O vice-presidente acrescentou que o monitoramento das importações será intensificado pelos órgãos competentes e que todas as medidas necessárias serão tomadas para evitar prejuízos ao setor produtivo brasileiro.