O comissário europeu para a Ação Climática, Wopke Hoekstra, saudou na quarta-feira a decisão do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de retornar a Belém para acelerar as negociações climáticas na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
"É fantástico que o presidente Lula esteja empenhando todo o seu poder político nisso", disse Hoekstra em uma coletiva de imprensa da União Europeia no Centro de Convenções Hangar, em Belém, onde a COP30 está sendo realizada.
O comissário elogiou o papel do Brasil na liderança da cúpula e afirmou que a presidência, chefiada por Lula, pela ministra Marina Silva, pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e pela secretária-executiva, Ana Toni, "está fazendo um excelente trabalho para garantir que alcancemos essa agenda".
O representante europeu insistiu que a transição energética deve ser acompanhada por recursos significativos para adaptação.
"A adaptação está no centro da conversa", afirmou, enfatizando que a mitigação por si só já não é suficiente para enfrentar uma crise climática que se acelera mais rapidamente do que o previsto.
Ele afirmou que os países mais vulneráveis - em particular os Pequenos Estados Insulares e os Países Menos Desenvolvidos - devem ter prioridade porque "é onde o dinheiro é mais necessário e onde a responsabilidade pelo problema é claramente menor".
Para Hoekstra, a transformação climática exige "um crescimento econômico mais sustentável", mas não uma redução do crescimento global.
Lídia Pereira, líder da delegação do Parlamento Europeu, complementou a mensagem com um alerta sobre a lacuna entre as negociações e a ação concreta.
"Se não assumirmos a responsabilidade pelos acordos que assinamos, podemos manter o diálogo, mas durante o resto do ano precisamos estar comprometidos com a implementação", destacou.