Para o argentino Fernando Navarro, a 138ª Feira de Importação e Exportação da China, também conhecida como Feira de Cantão, representa um passo importante em seu retorno ao país asiático.

"Me adicionem no WeChat", diziam-lhe os participantes da feira. Até o final do dia, ele já havia acumulado inúmeros contatos comerciais. O setor da construção civil é o núcleo de seus negócios de comércio exterior. Ele comprará na feira um lote de acessórios para banheiro, materiais de construção e outros produtos para enviar à América Latina.

A história de Navarro com a China começou durante seu período como estudante em Beijing, em 2014. Os dois anos de pós-graduação permitiram que ele testemunhasse em primeira mão o dinamismo e o potencial do mercado chinês e lançasse as bases para futuras colaborações.

Em 2025, ele decidiu voltar a se estabelecer em Guangzhou, capital da Província de Guangdong, no sul do país. Em sua opinião, Guangdong é a "fábrica do mundo", o que lhe permite estabelecer conexões com fabricantes de todos os tipos.

Segundo ele, os fabricantes chineses podem alcançar um equilíbrio ideal entre tecnologia avançada, alta qualidade e produção em larga escala para atender precisamente às necessidades fundamentais do mercado argentino. A integração com as cadeias de suprimentos de alto valor agregado da China não só preenche as lacunas de mercado no país sul-americano, como também abre caminho para a expansão das empresas chinesas na região.

Aproveitando seu profundo conhecimento de ambos os mercados, Navarro também desempenhou proativamente o papel de guia para seus colegas. Até o momento, sob sua influência, mais de cem empresários latino-americanos vieram à China para participar de atividades comerciais em diversos setores, incluindo materiais de construção, máquinas industriais e tecnologia agrícola.

Ele sempre acreditou no potencial do vasto mercado chinês, e seus colegas que seguiram seus passos compartilharam sua percepção de futuro. Ele disse para eles que somente visitando pessoalmente o país e estabelecendo uma presença nesse mercado poderiam colher os benefícios da cooperação em um ritmo mais acelerado e em maior escala.

Com a expansão constante da cooperação bilateral em investimentos, a Argentina se tornou um mercado latino-americano importante para a China na área de contratos de engenharia. As empresas chinesas continuam ativas na busca e investimento em grandes projetos em setores argentinos como transporte, infraestrutura, energia, eletricidade e telecomunicações.

Hoje, os negócios de Navarro vão além do comércio de materiais de construção e se concentram no amplo potencial da cooperação sino-argentina no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota. Ele participa ativamente de plataformas como a Feira de Cantão, fortalece as cadeias de suprimentos existentes e prioriza a exploração de sinergias entre energia sustentável, inovação tecnológica agrícola e projetos locais na Argentina.

Sua visão para o futuro é clara. Por um lado, ele expandirá suas operações comerciais na China e aprofundará as colaborações de longo prazo com fabricantes locais; por outro, promoverá as exportações de produtos argentinos especializados de alto valor agregado para a China, visando um aumento bilateral do comércio.

Vir à China, que se consolidou como um polo global de tecnologia e manufatura, e cultivar relacionamentos duradouros é essencial para impulsionar a cooperação econômica e comercial entre os dois países, afirma ele.

Na perspectiva dele, a Iniciativa Cinturão e Rota não apenas cria corredores comerciais, mas também uma plataforma para a prosperidade compartilhada.