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Chineses prestam homenagem ao falecido ganhador do Prêmio Nobel Chen Ning Yang

Fonte: Xinhua    20.10.2025 08h25
Chineses prestam homenagem ao falecido ganhador do Prêmio Nobel Chen Ning Yang
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Luto e homenagens sinceras inundaram as redes sociais da China quando o mundo soube do falecimento, neste sábado, do renomado físico Chen Ning Yang, ganhador do Prêmio Nobel e acadêmico da Academia Chinesa de Ciências (ACC).

Um dos maiores físicos do século 20, Yang foi reverenciado como um modelo por gerações de cientistas chineses, com suas realizações aumentando consideravelmente a confiança nacional à medida que o país busca a revitalização nacional e o desenvolvimento científico.

Os internautas chineses expressaram profunda tristeza online, desejando a Yang um descanso tranquilo e honrando suas contribuições. "Ele é um gigante da ciência que prova que os chineses não são inferiores na ciência de ponta", disse um comentário. Outro internauta escreveu: "Yang serve como uma ponte acadêmica conectando as civilizações chinesa e ocidental".

De acordo com um obituário da Universidade Tsinghua, Yang faleceu em Beijing neste sábado, aos 103 anos. O obituário disse que Yang foi "um dos maiores físicos do século 20, tendo feito contribuições revolucionárias para o desenvolvimento da física moderna".

O obituário observou que Yang alcançou inúmeras descobertas na física de partículas, teoria quântica de campos, física estatística e física da matéria condensada, "moldando profundamente o desenvolvimento dessas disciplinas".

Yang nasceu em Hefei, Província de Anhui, no leste da China, em 1922, quando o país estava mergulhado em guerras, pobreza e invasão imperialista. Depois de obter um mestrado na Universidade Tsinghua na década de 1940, ele foi para os Estados Unidos para continuar seus estudos acadêmicos e, posteriormente, ocupou cargos de professor.

Yang é mais conhecido por seu trabalho sobre as chamadas leis de paridade, em conjunto com Tsung-Dao Lee, que provou que a lei da conservação da paridade, antes considerada uma lei absoluta da física, poderia ser violada em interações fracas. Por esse trabalho inovador, eles receberam conjuntamente o Prêmio Nobel de Física em 1957.

A teoria de calibre de Yang-Mills, que ele propôs com Robert Mills, lançou as bases para o subsequente Modelo Padrão da física de partículas. É considerada uma das pedras angulares da física moderna, e uma das conquistas mais importantes da física no século 20.

Shi Yigong, renomado biofísico e acadêmico da ACC, disse certa vez em um artigo que as conquistas de Yang e Lee inspiraram muitas gerações de jovens chineses a respeitar a ciência e se esforçar para alcançar a excelência, ajudando assim a formar muitas figuras proeminentes na pesquisa fundamental.

Em retrospecto, o próprio Yang também disse que sua maior contribuição talvez tenha sido "aumentar a confiança dos chineses".

Em 1999, Yang assumiu o cargo de professor na Universidade Tsinghua, em Beijing. Antes dessa nomeação, ele havia sido designado diretor honorário do recém-criado Centro de Estudos Avançados (atualmente denominado Instituto de Estudos Avançados) da universidade, em 1997.

"Desde que voltou para a China, Yang considerava a formação das mentes mais brilhantes do país sua missão principal, um esforço ao qual dedicou mais tempo e energia do que qualquer outra coisa", observou Zhu Bangfen, físico de matéria condensada, acadêmico da ACC e professor da Universidade Tsinghua, que tinha uma relação próxima com Yang.

Para os funcionários e alunos da Universidade Tsinghua, esse renomado cientista era sempre enérgico, humilde e sereno, com uma mente clara. Os alunos às vezes o viam no campus e compartilhavam fotos desses encontros nas redes sociais.

Mesmo aos 82 anos, Yang subia ao pódio para dar aulas de física geral aos calouros.

"Ele era um mestre científico altamente respeitado, com uma visão ampla e sem preconceitos. Sempre oferecia apoio e incentivo altruísta aos jovens acadêmicos", disse Wang Xiaoyun, especialista em criptografia e professora do Instituto de Estudos Avançados da Universidade Tsinghua.

"O que o Sr. Yang mais esperava era que mais chineses participassem de pesquisas de nível mundial e ajudassem a resolver problemas reais na China usando nossas próprias tecnologias", disse Wang.

Yang dedicou "enormes esforços" ao avanço de disciplinas fundamentais como a física e à formação de talentos na Tsinghua, "contribuindo de forma significativa" para a reforma e o desenvolvimento do ensino superior chinês, de acordo com o obituário. Ele também foi mencionado como "o pioneiro na construção da ponte de intercâmbio acadêmico entre a China e os Estados Unidos".

A jornada centenária de Yang, de jovem estudante de física na Universidade Tsinghua a cientista ganhador do Prêmio Nobel e, depois, a educador dedicado em sua terra natal, também reflete a trajetória da China moderna, desde as profundezas da crise nos tempos modernos até o caminho da grande revitalização.

Sua cidade natal, Hefei, agora abriga vários laboratórios nacionais e grandes instalações científicas, incluindo o Tokamak Supercondutor Avançado Experimental (EAST), o "sol artificial" que testa as perspectivas de aproveitamento da fusão nuclear para geração de eletricidade.

Os habitantes de Hefei também expressaram sua admiração por Yang e se inspiraram em seu patriotismo.

"Nos seus últimos anos, Yang regressou decididamente à China para contribuir para o desenvolvimento científico do país. A sua dedicação à ciência e o amor pela sua pátria serão transmitidos à geração mais jovem de cientistas", afirmou Kuang Guangli, diretor acadêmico do Laboratório de Altos Campos Magnéticos dos Institutos de Ciências Físicas de Hefei, subordinados à ACC.

Aos 99 anos, Yang doou sua coleção pessoal, composta por mais de 2 mil livros, manuscritos e cartas, à Universidade Tsinghua.

"O que espero que permaneça nos arquivos da Tsinghua não é apenas meu trabalho científico, mas toda a verdade sobre quem é Chen Ning Yang", disse ele.


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