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Investimentos chineses impulsionam setor tecnológico do Brasil

Fonte: Xinhua    02.10.2025 15h51

O crescente investimento da China no Brasil deve impulsionar a inovação e a tecnologia locais, beneficiando a economia e gerando novas oportunidades de crescimento, segundo um artigo no jornal China Daily.

Dados publicados este mês pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) revelaram que o investimento chinês no Brasil totalizou US$ 4,8 bilhões no ano passado, mais que o dobro do valor registrado em 2023.

Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que o Brasil pretende canalizar capital para tornar o país um produtor de tecnologia e um investidor em economias parceiras.

O país considera esse crescimento como muito positivo, em uma parceria que vem se expandindo há mais de uma década, de acordo com Moreira, acrescentando que as fontes desses investimentos estão se diversificando e que o Brasil é agora o quinto maior destino de investimentos estrangeiros em todo o mundo, o que gera empregos e renda.

Os investimentos chineses em toda a economia brasileira podem estimular ganhos em inovação e tecnologia para a indústria local, afirmou ele.

Segundo Moreira, o Brasil pretende expandir seus investimentos no exterior e vários setores já estão presentes na China, incluindo café, proteínas e alimentos, celulose e equipamentos elétricos.

Com essas duas vertentes - receber e fazer investimentos, o Brasil está construindo sinergia para um ecossistema inovador, criando centros de pesquisa, enviando brasileiros para a China, ampliando sua curva de aprendizagem e agregando valor à cadeia produtiva do país, observou ele.

Enquanto isso, os investidores privados também acolheram o crescimento dos investimentos chineses.

Ricardo Martins, economista-chefe da Planner Investimentos, corretagem da Bolsa de Valores de São Paulo, disse que os saltos nas duas direções foram significativos.

A China, como principal parceiro comercial do Brasil nos últimos anos, vem abrindo portas para maiores fluxos comerciais, destacou ele.

Isso permite a diversificação de mercados, assinalou Martins, acrescentando que as oportunidades nos projetos de agricultura, energia renovável, infraestrutura e aeroespaço estão surgindo desse relacionamento cada vez mais próximo.

Da soja, minério de ferro, carne aos carros, foram abertas portas para 183 empresas brasileiras que exportam para a China, indicou Martins.

Além disso, uma grande quantidade de investimentos chineses também foi para o setor energético, observou ele.

Somente a State Grid, da China, investiu cerca de US$ 5 bilhões desde que entrou no Brasil. Ramon Haddad, vice-presidente da State Grid Brazil Holding, disse que o Brasil faz parte da estratégia de longo prazo da empresa.

A State Grid opera em 14 dos 27 estados do Brasil, além do Distrito Federal. Sua infraestrutura fornece cerca de 10% da eletricidade do país.

Haddad informou que mais projetos - principalmente para sistemas de transmissão de ultra-alta tensão - estão por vir, com um investimento total estimado de US$ 3,5 bilhões planejado para os próximos quatro anos.

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