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Brasil pede fortalecimento da unidade latino-americana e rejeita intervenção externa

Fonte: Xinhua    23.09.2025 14h43

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, exortou nesta terça-feira os países da América Latina e do Caribe a fortalecerem a unidade regional para garantir o respeito à soberania, rejeitando qualquer tipo de intervenção externa.

Durante seu discurso na Reunião de Ministros das Relações Exteriores da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada no âmbito da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU, Vieira enfatizou que "não podemos permitir intervenções externas sob nenhum pretexto. Permitir medidas de intimidação sem uma reação coletiva seria um convite permanente a novas interferências".

O ministro das Relações Exteriores do Brasil alertou que a região enfrenta "interferência de forças militares extrarregionais na América Latina e no Caribe", o que ele descreveu como um "ressurgimento do passado", com atitudes que lembram os séculos XIX e XX.

Vieira lembrou que, no início deste mês, a maioria dos países do bloco assinou um documento expressando "profunda preocupação" com o deslocamento militar de nações de fora da região para o Caribe, uma referência indireta ao deslocamento de navios, submarinos e militares dos EUA nas proximidades da Venezuela.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro também alertou que a designação de grupos criminosos como alvos terroristas "poderia servir de pretexto para formas arbitrárias de agressão armada, em violação à Carta das Nações Unidas", o que constituiria um "precedente perigoso" e uma ameaça à estabilidade geopolítica regional.

O ministro enfatizou que a CELAC é um fórum fundamental para o avanço do combate à fome e à pobreza, a promoção do desenvolvimento e o fortalecimento da infraestrutura para a integração regional.

Vieira propôs a criação de um grupo de trabalho para dar sentido estratégico aos diálogos com outras nações e regiões, a fim de projetar com mais força a voz e os interesses da América Latina e do Caribe no cenário internacional.

O chanceler também defendeu que o próximo secretário-geral da ONU seja um cidadão latino-americano ou caribenho, em busca de "um sistema internacional mais justo, inclusivo e representativo". A eleição do sucessor de António Guterres está prevista para 2026.

Fundada em 2010, a CELAC reúne 33 países da América Latina e do Caribe e promove a cooperação em áreas como educação, desenvolvimento social, cultura, transporte, infraestrutura e energia.

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