Portugal continental experimentou um dos agostos mais quentes e secos em décadas, impulsionado por uma intensa onda de calor durante a primeira quinzena do mês, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na quinta-feira.

De acordo com o Boletim Climatológico de agosto de 2025, a temperatura média do ar do país atingiu 24,4 graus Celsius, 1,49 graus Celsius acima do normal de 1991-2020, tornando-se o quinto agosto mais quente desde 1931. De 29 de julho a 17 de agosto, as temperaturas excederam consistentemente as normas sazonais durante o que o IPMA descreveu como a onda de calor mais longa e intensa de julho a agosto já registrada nas regiões do interior norte e centro.

As condições melhoraram no final do mês, com temperaturas próximas ou abaixo do normal após 27 de agosto. Mas as chuvas permaneceram escassas: a precipitação total mediu apenas 3 mm, cerca de 20% da média de 1991-2020, classificando o mês como o sétimo agosto mais seco desde 2000.

O relatório alertou para uma forte expansão da seca meteorológica, que afeta agora quase todo o território continental, com condições severas no noroeste, interior centro-sul e Baixo Alentejo.

Em toda a Europa, a Península Ibérica e o sudoeste da França registraram as anomalias de calor mais pronunciadas, enquanto grande parte do norte da Europa experimentou temperaturas abaixo da média. O IPMA observou que a seca e as ondas de calor no sudoeste da Europa também alimentaram incêndios florestais em Portugal, Espanha e Grécia.