A Eve Air Mobility, subsidiária da fabricante brasileira de aeronaves Embraer, anunciou nesta quinta-feira que captou US$ 230 milhões para impulsionar o desenvolvimento de seus veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOL), também conhecidos como "carros voadores".
Entre os investidores está a BNDESPar, subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entidade pública federal brasileira, que investiu US$ 74,9 milhões e se tornou sócia da empresa.
Segundo o BNDES, o investimento visa fortalecer a estrutura de capital e apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento essenciais para a execução do Plano de Negócios da Eve Air Mobility.
O presidente do banco de desenvolvimento, Aloizio Mercadante, afirmou em comunicado que o investimento representa um passo estratégico para colocar o Brasil na vanguarda da mobilidade aérea sustentável.
O aporte de capital, que fortalece a posição da Eve como empresa listada na Bolsa de Valores de Nova York e com previsão de estreia em breve na Bolsa de Valores de São Paulo, faz parte de uma estratégia para substituir helicópteros urbanos por eVTOLs.
Esses veículos serão fabricados na cidade de Taubaté, no interior do estado de São Paulo, com apoio financeiro do BNDES.
"Esta captação de recursos representa um marco importante em nossa jornada, pois contribui para nossa visão e impulsiona nossa missão de transformar a mobilidade urbana. Estamos orgulhosos da participação do BNDES e valorizamos profundamente o compromisso contínuo da Embraer com a Eve e nosso programa", disse Johann Bordais, CEO da Eve Air Mobility, em comunicado.
A própria Embraer e outros investidores institucionais também participaram da captação de capital, de acordo com o comunicado da Eve.
A startup está listada na Bolsa de Valores de Nova York, com um valor de mercado de aproximadamente 1,8 bilhão de dólares, com os 230 milhões de dólares captados representando aproximadamente 12% do capital da empresa.
A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, atrás da Boeing, com sede nos EUA, e da Airbus, com sede na Europa, e líder na aviação executiva, expandiu sua participação na Eve como parte de uma visão estratégica para consolidar o domínio dos eVTOLs na mobilidade aérea urbana global.
De acordo com um estudo da Eve Air Mobility divulgado em junho passado pelo jornal brasileiro "O Globo", estima-se que, até 2045, as atividades de mobilidade envolvendo veículos voadores elétricos gerarão uma receita global de US$ 280 bilhões, com a operação de 30.000 unidades eVTOL.