A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira que o país trabalhará para garantir que a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), a ser realizada este ano na cidade amazônica de Belém, seja um ponto de inflexão na definição de metas concretas para o fim do desmatamento e do uso de combustíveis fósseis.
"Trabalharemos para sair da COP30 com um roteiro para uma transição justa e planejada para o fim do desmatamento e do uso de combustíveis fósseis", disse a ministra no programa oficial "Bom Dia, Ministro".
Entre os objetivos, Marina Silva destacou a meta de mobilizar anualmente US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até 2035, valor acordado durante a COP29, realizada no ano passado no Azerbaijão.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, o Brasil reiterará seu compromisso de triplicar a capacidade de geração de energia renovável e dobrar a eficiência energética, além de promover uma agenda de ações intensa que inclui instrumentos de financiamento inovadores, como o Fundo Floresta Tropical para Sempre (TFFF).
Marina Silva enfatizou que a conferência também deve fortalecer as medidas de adaptação aos impactos já visíveis da emergência climática. "Em um minuto são chuvas torrenciais, no outro são secas devastadoras. Todos os fenômenos, incluindo incêndios, são agravados pelo aumento das temperaturas, baixa precipitação, redução de chuvas e alta evapotranspiração", explicou.
Nesse contexto, a ministra apresentou o programa Adapta Cidades, projetado para preparar os municípios para eventos climáticos extremos com medidas como sistemas de alerta precoce, obras de contenção de encostas, rotas de evacuação e abrigos temporários. A iniciativa já foi endossada por todos os estados brasileiros e será implementada inicialmente em mais de 200 cidades.
"É um projeto pioneiro para estabelecer um modelo de como lidar com a emergência climática", observou ela, defendendo a criação de um novo arcabouço legal que considere as emergências climáticas preventivamente. "Hoje, o conceito de emergência só existe quando ocorre um desastre. Já sabemos cientificamente que existem regiões que serão repetidamente afetadas por esses eventos extremos", acrescentou.