Na província costeira de Zhejiang, leste da China, navios da frota pesqueira no Mar do Leste da China encerraram o período de defeso. Um barco de pesca recolhe lentamente suas redes no mar, enquanto o pescador Guo Wenbiao e seus companheiros separam rapidamente peixes, caranguejos e outros frutos do mar trazidos do fundo do oceano. Misturados nas redes, há também resíduos plásticos, como embalagens descartáveis, sacolas plásticas e redes de pesca antigas.
Na costa, um morador local também recolhe lixo plástico. "Agora, uma garrafa plástica pode ser vendida por cerca de 20 centavos. Durante o verão, quando há muitos turistas, posso coletar centenas de garrafas por dia, ganhando mil a dois mil yuans (cerca de 1 mil reais) por mês", disse ele.
Os resíduos plásticos marinhos são o maior obstáculo da proteção ambiental dos oceanos. Segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os produtos plásticos são a parte mais significativa, mais prejudicial e mais persistente do lixo marinho, representando pelo menos 85% do total. Maneiras de gestão do lixo plástico marinho tornaram-se um desafio enfrentado por todos os países.
Em Zhejiang, o modelo "Ciclo Azul", liderado pelo governo, conduzido por empresas, com colaboração da indústria e participação pública, já está sendo explorado há mais de quatro anos: comunidades costeiras coletam resíduos plásticos marinhos, empresas de aplicação de plástico os reciclam a preços mais altos para reprocessamento e o governo estabelece empréstimos de finanças verdes, oferecendo canais prioritários e políticas de taxas de juros favoráveis para empresas ou indivíduos que participam de iniciativas ecológicas, de baixo carbono e ambientais.
Na oficina de processamento da Zhejiang Lanjing Technology Co., Ltd., produtos processados como lenços de diversos estilos, mochilas e tênis esportivos estão expostos de forma organizada. A matéria-prima para esses produtos são os diversos resíduos plásticos flutuando no oceano.
"Utilizamos tecnologias de blockchain e IoT para garantir e registrar a origem desses resíduos e rastrear seu destino subsequente", explicou Chen Yahong, funcionária da empresa. "A gente já colabora com processadores de resíduos plásticos da França, Coreia do Sul e outros países, refinando profundamente o plástico marinho para finalmente transformá-lo em produtos de consumo de alto valor agregado."
Com as pessoas ganhando dinheiro e as empresas tendo motivação, a gestão dos resíduos plásticos marinhos alcançou um ciclo virtuoso. Em 2023, o modelo "Ciclo Azul" destacou-se entre 2.500 projetos inscritos globalmente e foi premiado pela ONU como "Campeões da Terra".
Wang An, responsável pelo departamento de ecologia marinha da cidade de Taizhou, afirmou que a cidade já recuperou cumulativamente 54.500 toneladas de resíduos plásticos. "Este ano, Taizhou também promulgará um regulamento sobre a gestão de resíduos plásticos marinhos, que será o primeiro regulamento local do país sobre o tema, marcando a entrada do trabalho de gestão de resíduos plásticos marinhos 'Ciclo Azul' na via de legalização", afirmou ela.